O rendimento médio de trabalhadores da indústria caiu 2,4% no mês de janeiro ante dezembro do ano passado. A queda reverte quase que totalmente o crescimento de dezembro de 2018 (2,6%). O número corresponde à quantia paga ao trabalhador da indústria, entre salário e benefícios. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) publicou os Indicadores Industriais de janeiro de 2019 nesta sexta-feira, 1º.
O faturamento médio real, valor acumulado pela empresa, também iniciou o ano em queda, com baixa de 2%. O valor interrompeu a sequência de duas altas mensais seguidas, sem reverter totalmente o crescimento acumulado no período, de 2,9%.
O emprego industrial segue crescendo levemente, teve alta de 0,4% em janeiro, na série livre de efeitos sazonais. O crescimento é o terceiro seguido e sucede o forte aumento registrado em dezembro de 2018, de 0,9%. O índice de emprego começou o ano em 96,7 pontos, maior número registrado ao longo de todos os meses de 2018. O índice é o maior desde outubro de 2016, quando registrou 96,8 pontos.
O economista da CNI, Marcelo Azevedo explica que o aumento de contratações faz com que a empresa invista muita verba, já que os novos funcionários devem passar por um treinamento de custo elevado. Então, no início do período de contratação, os trabalhadores recebem um salário menor, conforme o tempo de serviço na empresa cresce, o salário aumenta. “Esse 0,4% de janeiro, e 0,9% de dezembro, são números altos para emprego”, acrescenta. Por isso o rendimento do trabalhador e o faturamento da empresa caem, enquanto emprego sobe.
As horas trabalhadas na produção cresceram 1,5%, após o ajuste sazonal. Com a revisão do resultado de dezembro de 2018 de crescimento de apenas 0,1%, as horas trabalhadas passam a registrar quatro meses consecutivos sem quedas, acumulando crescimento de 3,5% no período.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) de janeiro de 2019 alcançou 78,3%, considerando a série dessazonalizada. O percentual representa um aumento de 0,7 ponto percentual, o que significa uma alta de 1,3 ponto percentual nos últimos dois meses. A UCI inicia 2019 em patamar ligeiramente superior ao do mesmo mês de 2018: crescimento de 0,2 ponto percentual.