A fabricante de celulares LG quer modificar o contrato de trabalho assinado dos funcionários da unidade de Taubaté, no interior de São Paulo. Com a entrada em vigor da reforma trabalhista, neste sábado, a empresa preparou um aditivo de contrato para cada um.
O aditivo relembra que os acordos individuais passam a ter prevalência sobre as negociações coletivas com a reforma trabalhista, segundo a Federação dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT).
Para o presidente da entidade, Luiz Carlos da Silva Dias, o documento, tal como foi redigido, passa a mensagem de que o sindicato não é mais necessário para as negociações. “Coloca o sindicato de lado, criando uma relação ruim.”
Outro problema, segundo Silva Dias, é que o documento chegou pronto para ser assinado, sem que houvesse uma negociação sobre seu conteúdo. “Que negociação é essa em que o acordo já vem pronto? Precisamos conversar mais.”
O presidente da FEM-CUT diz que a entidade procurou a LG para discutir o conteúdo do aditivo. “Eles informaram que em nenhum momento houve a intenção de afrontar o sindicato, mas uma forma de se adequar à nova lei.”
A entidade se reuniu nesta segunda-feira com representantes da empresa. A proposta é que a negociação seja feita ‘à moda antiga’, com a intermediação do sindicato. “Nos pediram alguns dias para discutir o assunto internamente.”
Procurada pela reportagem, a LG ainda não se manifestou sobre a mudança contratual dos funcionários.