O dólar comercial fechou esta quarta-feira, 23, no menor valor em dois anos. A marca de 4,84 reais ocorre na conjuntura de altas taxas de juros — que subiram nove vezes consecutivas em um ano como resposta à inflação alta — e a incerteza global com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Com tudo isso, o mercado brasileiro fica atrativo ao estrangeiro e a entrada de dólares derruba a cotação da moeda estrangeira. No ano, o real é a moeda que mais se valorizou em relação ao dólar, segundo levantamento da consultoria Economatica para VEJA.
Engana-se quem acha que o dólar recuou no mundo inteiro. A moeda perdeu força em 10 países, mas se valorizou em 15, mostra o levantamento da Economatica, na comparação com 25 moedas entre o início do ano e a terça-feira, 23. Atrás do Brasil, as moedas que mais se valorizam são as da África do Sul, Chile, Colômbia, Peru, Austrália, Canadá, México, Noruega e China. Com o peso argentino, a lira turca e o rublo ficaram as maiores quedas no ano.
Segundo Livio Ribeiro, pesquisador da FGV IBRE, a desvalorização nesses países é pontual por conta das commodities. “O dólar está mais forte em relação a outras moedas. Se olhar para o indicador DXY, que mede a força do dólar frente às principais moedas do G7, ele está em 98%”, diz. Em meados da metade do ano passado, o indicador estava no patamar entre 90% e 91%, e quanto mais próximo de 100, significa que mais forte está a moeda.