Conforme o conflito na Ucrânia e as sanções ocidentais avançam, o presidente da Rússia, Vladmir Putin, não dá sinais de que irá recuar. Nesta quinta-feira, 10, ele anunciou uma série de medidas em reação às represálias do Ocidente. Dentre elas, estão a permissão para que a Rússia nacionalize empresas ocidentais que paralisaram a produção no país, além da já anunciada exportação de produtos russos.
Em uma reunião do governo transmitida pela televisão, Putin afirmou que as as sanções ocidentais são ilegítimas e que a Rússia resolverá calmamente os problemas decorrentes delas. “Aqueles que vão fechar suas instalações de produção devem agir de forma decisiva aqui”, afirmou, após o primeiro-ministro Mikhail Mishustin sugerir a “administração externa” de negócios que estão de saída do país, ou seja, uma nacionalização dos negócios estrangeiros que têm deixado a Rússia desde o início da invasão de Putin à Ucrânia, afirmou a agência estatal Ria Novosti. Além disso, o governo prepara um projeto de lei que visa a impedir o fechamento de produções. “É preciso então, como sugeriu o primeiro-ministro, introduzir a gestão externa e depois transferir esses empreendimentos para quem quiser trabalhar”, afirmou Putin, na reunião.
No encontro, o líder do Kremlin admitiu que as sanções ocidentais causam impactos na economia russa, mas disse que isto é algo temporário. “É claro que nesses momentos a demanda por determinados bens sempre aumenta, mas não temos dúvidas de que resolveremos todos esses problemas trabalhando com calma”, disse. “Aos poucos, as pessoas vão se orientar, vão entender que simplesmente não há problemas que não possamos encerrar e resolver”.
Segundo ele, as empresas ocidentais que decidiram cessar suas atividades na Rússia deverão ter suas propriedades nacionalizadas. Putin disse, no entanto, que a Rússia “não se fechará para ninguém” e trabalhará com as empresas estrangeiras que se mantiverem no país. “Estamos abertos para trabalhar com todos os nossos parceiros estrangeiros que querem isso”, afirmou o presidente russo.
Não está claro como empresas das potências ocidentais poderiam evitar as sanções e continuar a operar. Dezenas de firmas, do Mc Donald’s a grifes italianas, já anunciaram o fim das atividades na Rússia. Desde o início do conflito, diversas empresas anunciaram a saída da Rússia ou a suspensão temporária de suas atividades, incluindo Visa, Mastercard, Bunge, Maersk , Shell, KFC, Starbucks, entre outras. Nesta quinta-feira, 10, o grupo Stellantis, dono da Fiat, anunciou a suspensão de comércio de seus carros para a Rússia.