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Por que o petróleo deixou de ser um problema após um ano de guerra?

A commodity, que atingiu níveis recordes e foi uma das grandes preocupações econômicas, voltou ao patamar pré-guerra e negocia com certa estabilidade

Por Luana Zanobia Atualizado em 24 fev 2023, 19h50 - Publicado em 24 fev 2023, 15h33
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  • Após a invasão da Rússia à Ucrânia, o preço do petróleo alcançou níveis recordes. O petróleo do tipo Brent, que estava sendo negociado entre 60 e 70 dólares antes da guerra, subiu para mais de 100 dólares por barril. Em março do ano passado, o preço chegou a ultrapassar 130 dólares nas negociações, o maior valor para a commodity desde 2008. Nesta sexta-feira, 24, o conflito completa um ano e o petróleo, que foi uma das grandes preocupações econômicas, beira o patamar pré-guerra e negocia com certa estabilidade.

    Antes do conflito, a oferta global de petróleo já enfrentava dificuldades para atender à demanda que surgia com a retomada da atividade econômica após as medidas restritivas contra a Covid-19 serem flexibilizadas. Quando a guerra estourou, preocupações de que as sanções impostas à Rússia pudessem afetar o fornecimento de energia para o resto do mundo pressionaram ainda mais os preços. O cenário era preocupante e especialistas e bancos previam uma realidade permanente com altas superiores a 130 dólares que, por sorte, não ocorreram.

    A queda no preço do petróleo, que atualmente está sendo negociado em torno de 80/85 dólares por barril após um ano de guerra, pode ser explicada por diversos fatores. Em julho do ano passado, quando a commodity ficou abaixo dos 100 dólares pela primeira vez desde o início da guerra, a Agência Internacional de Energia (AIE) já havia alertado para a possibilidade de diminuição na demanda por petróleo em decorrência da desaceleração econômica. Essa desaceleração foi influenciada pelo aumento dos juros globais, que visavam controlar a inflação, e também pelas paralisações ocorridas na China, onde a política de Covid Zero teve impacto na demanda. Diante desse cenário, o Fundo Monetário Internacional (FMI) passou a projetar um crescimento do PIB global de 3,4% em 2022 e de 2,9% em 2023, abaixo da média entre 2000 e 2019.  

    Nos Estados Unidos, o mercado de trabalho continua a surpreender positivamente, levando os investidores a reavaliar as perspectivas para as taxas de juros. Segundo dados compilados pela Bloomberg, os operadores do mercado agora esperam maiores elevações até junho, o que deve tornar o dólar mais atraente. No entanto, essa valorização do dólar tem impacto negativo sobre as commodities, como o petróleo, que são negociadas em dólar no mercado financeiro global. Ela torna a compra de petróleo mais cara para muitos países, o que pode levar os consumidores a reduzir as compras da commodity. Por essa razão, o mercado está apostando em preços mais baixos para o barril de petróleo. Desde o início da guerra, o petróleo já acumula perdas de 14% em 12 meses, com uma desvalorização de 3,65% só neste ano.

    O aumento da produção de petróleo pelos Estados Unidos e Opep+ ajudaram a controlar o preço da commodity nos últimos meses. De acordo com a AIE, a oferta global de petróleo deverá crescer para 1,2 milhão de barril por dia, liderados pelos Estados Unidos, Brasil, Noruega, Canadá e Guiana – todos prontos para bombear a taxas recordes.

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    A Arábia Saudita, com figura de chefia na OPEP, junto com os Emirados Árabes Unidos, também produzirá altas quase históricas. Em relatório recente, a AIE estima que a oferta mundial de petróleo deve exceder a demanda até o primeiro semestre de 2023, mas alerta que o saldo pode mudar rapidamente para déficit à medida que a demanda se recupera e parte da produção russa é interrompida.

    O recado acende um alerta para um risco no horizonte.  Mesmo com as sanções, os russos conseguiram manter a produção e as exportações em níveis satisfatórios, mas o teto aplicado ao petróleo russo acabou prejudicando a indústria petrolífera do país. Segundo a AIE, o preço de exportação do Urais caiu de uma média de 70 para 50 dólares em janeiro. “Como resultado, as receitas fiscais da Rússia com as operações de petróleo caíram 48% em janeiro para 310 bilhões de rublos (ou 4,2 bilhões de dólares), enquanto as receitas de exportação caíram 36%, para 13 bilhões de dólares”, calcula a agência.

    O vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, disse no início de fevereiro que o país reduziria a produção em março, o que pode ser encarado como uma tentativa de sustentar os preços do petróleo. “O crescimento da demanda mundial por petróleo está aumentando após uma desaceleração acentuada no segundo semestre de 2022 e uma contração ano a ano no quarto trimestre. A China responde por quase metade do aumento projetado de 2 milhões de barris por dia este ano, com os países vizinhos também se beneficiando depois que Pequim abandonou suas políticas de Covid Zero”, diz a AIE em relatório. Para não haver desequilíbrios, a agência sugere que novas refinarias na África e no Oriente Médio, bem como na China, devem entrar em cena para atender ao crescimento da demanda.

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