Idealizada como um dos tentáculos mais importantes do outrora vistoso Grupo X, do ex-bilionário Eike Batista, a Dommo Energia (antiga OGX) deverá ser incorporada pela PetroRio, do empresário Nelson Tanure, em breve. Fontes consultadas por VEJA garantem que a negociação é apenas “questão de tempo”. A Prisma Capital, controladora da Dommo atualmente, teria interesse em ceder a empresa à PetroRio em troca de uma participação na petroleira. Embora tenha despistado em um ofício enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a própria PetroRio disse que avalia “oportunidades de investimento em linha com sua estratégia de crescimento inorgânico” e revela que a Dommo tem buscado “opções estratégicas” para sua atuação.
A principal sinergia entre as empresas é o arrendamento do campo de extração Tubarão Martelo, da Dommo, para a PetroRio, um negócio firmado em 2020 com duração prevista até dezembro de 2023. Como o terminal é a única fonte de receita da Dommo, que rendeu 185,7 milhões de reais à empresa em 2021, a Prisma não teria o interesse em continuar com a operação. Para a PetroRio, a negociação é vista como uma oportunidade de ganho estratégico, já que, desde 2021, a empresa consegue maximizar a exploração de petróleo com a interligação de seu campo de Polvo com o terminal Tubarão Martelo.
“Essa negociação já estava desenhada há algum tempo. Hoje em dia, a Dommo não tem mais razão em existir. Ela tem um único campo, arrendado para a PetroRio, e recebe uma participação do que é explorado pela PetroRio. A unificação dos campos de Polvo e Tubarão Martelo é uma forma de a PetroRio economizar os custos de produção”, afirma uma fonte por dentro das tratativas. “A negociação não deve envolver dinheiro praticamente algum. Provavelmente, os acionistas da Dommo receberão uma participação minoritária na PetroRio em troca. Para a Dommo, a venda é uma saída honrosa. Se não fosse pelo arrendamento, a empresa teria que declarar falência.”
A PetroRio, em ofício à CVM, ainda declarou que “é natural que se analise essa potencial oportunidade de negócio”. A concretização do negócio significará o fim de mais uma das empresas criadas pelo empresário Eike Batista, que viu, em 2021, seu projeto de mineração, a MMX, ter a falência decretada pela Justiça.