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PIB dos EUA no 3o trimestre é recorde, mas abaixo do patamar pré-pandemia

Crescimento de 33,1% no período aponta retomada da economia. Futuro é desafiador com riscos de novas ondas de contaminações e eleições

Por Luisa Purchio 29 out 2020, 13h34
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  • Em meio às novas ondas de coronavírus e às eleições presidenciais americanas que aumentam as turbulências políticas nos Estados Unidos, dados divulgados na manhã desta quinta-feira, 29, pelo Departamento de Análise Econômica (BEA, na sigla em inglês), do Departamento do Comércio dos EUA, mostraram que a economia está tomando fôlego e se recuperando rapidamente da crise causada pela Covid-19. No terceiro trimestre de 2020, em dado anualizado, a atividade cresceu 33,1% em relação ao trimestre anterior, um recorde na série histórica do indicador. O número veio acima da expectativa dos economistas, que contavam com uma alta de 31%.

    Esse resultado é uma resposta à reabertura dos negócios e à retomada de atividades no período, quando houve alta no consumo de serviços, principalmente relacionados aos cuidados à saúde, e na compra de bens, em especial, de veículos motorizados e peças. Os gastos pessoais aumentaram 40,7% em dados anualizados. “O aumento do PIB real no terceiro trimestre refletiu aumentos nos gastos do consumidor, estoque, investimento, exportações, investimento empresarial e investimento em habitação, que foram parcialmente compensados por uma diminuição dos gastos do governo”, disse o BEA em nota.

    Apesar de representar um recorde e uma retomada forte da economia quando olhado isoladamente , os números do terceiro trimestre devem ser analisados dentro de um contexto maior e comparados com o comportamento do PIB nos outros trimestres do ano. Esse crescimento de 33,1% representa a saída de um buraco enorme que se abriu na economia americana no trimestre anterior, que contempla os meses de abril a junho, quando o PIB caiu 31,4%. Já, no primeiro trimestre do ano, o crescimento anualizado da economia teve um recuo de 5%. Dessa forma, o PIB ainda está 3,5% abaixo do melhor momento antes da pandemia, o que significa que o caminho para a recuperação plena dos impactos da pandemia ainda não está completo.

    Às vésperas da conclusão das eleições americanas, o próximo a assumir a presidência dos Estados Unidos enfrentará um cenário desafiador para a retomada. A aprovação de um pacote robusto de incentivos fiscais à economia, paralisado no Congresso devido aos desentendimentos entre democratas e republicanos sobre o valor do benefício, é um desses desafios. E os dois candidatos presidenciais aproveitaram a divulgação do PIB para fazer campanha eleitoral. O presidente republicano Donald Trump comemorou os resultados em seu Twitter: “Os maiores e melhores da história do nosso país, e nem perto. O próximo ano será fantástico!!!”, publicou. “Joe Biden e sua proposta de aumento recorde de impostos acabariam com tudo. Que bom que esse grande número do PIB saiu antes de 3 de novembro”, escreveu Trump. Já o democrata Joe Biden criticou o cenário: “O PIB aumentou no último trimestre, mas as visitas a bancos de alimentos não diminuíram e a pobreza aumentou”, postou ele. “Trump está prestes a ser o primeiro presidente desde Herbert Hoover a deixar o cargo com menos empregos do que quando entrou”, escreveu Biden.

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    Dados divulgados nessa quinta-feira, 29, pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos também mostraram que a economia se recupera bem em relação à ocupação. O número de pedidos de auxílio desemprego na semana encerrada em 24 de outubro caiu em relação à semana anterior e foi o mais baixo desde o início da pandemia. Cerca de 751 mil pessoas solicitaram o benefício, ante 791 mil na semana anterior. Esse dado veio pior do que a expectativa do mercado, que estimava 775 mil pedidos. Apesar do recuo, a quantidade de pedidos ainda é três vezes superior ao patamar pré-pandemia, quando girava em torno de 220 mil.

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