O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou expansão de 0,9% no segundo semestre de 2023, quando comparado ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Os dados mostram uma desaceleração em relação ao crescimento de 1,8% (dado revisado) nos três primeiros meses do ano, mas vem bem acima da expectativa do mercado financeiro, que projetava um crescimento entre 0,2% e 0,3% no período. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e foram divulgados nesta sexta-feira, 1º de setembro.
A alta do segundo trimestre é explicada, sob a ótica da produção, pelo bom desempenho da indústria (0,9%) e dos serviços (0,6%). O crescimento na Indústria se deve aos desempenhos positivos de 1,8% nas Indústrias Extrativas, 0,7% na Construção. “O setor de extração foi puxado pela exploração de minério de ferro e petróleo. Em relação a construção civil, quando olhamos os indicadores de confiança, apesar de termos algum sinal de desaceleração, o fato é que a confiança dos empresário do setor vem se mantendo alta com a expectativa de queda de juros”, diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.
O resultado, acima do esperado, deve motivar mais uma rodada de revisões do resultado do PIB. Na divulgação do primeiro trimestre, o mercado estimava que a economia brasileira avançasse 1,3%, já na última segunda-feira, a estimativa do Boletim Focus estava em 2,3%.
“O PIB foi boa notícia, mas a gente vem acompanhando dados mensais que apontam uma tendência de desaceleração da economia mais pronunciada no segundo semestre”, afirma a economista. A taxa de investimento no segundo trimestre de 2023 foi de 17,2% do PIB, mantendo-se abaixo da observada no mesmo período do ano anterior (18,3%). “Essa notícia preocupa, porque a gente sabe que para um país crescer de maneira consistente um dos canais, além da educação, é o investimento em infraestrutura”, completa.