O que tinha tudo para ser um pregão de poucas movimentações ao redor do mundo logo deu lugar a um ambiente de fuga para ativos de menor risco, em que o dólar se valoriza e as ações de países emergentes sofrem com a saída de recursos. E o motivo foi um só: a escalada dos conflitos armados no Oriente Médio.
Segundo informações da imprensa especializada, Israel afirmou que o Irã realizou um ataque ao país por meio do lançamento de mísseis. Não há relato de mortos, mas de alguns feridos. Israel já havia informado à população que buscasse abrigo em caso de um ataque. Conforme agências, a posição do Irã partiu do líder supremo aiatolá Ali Khamenei e é uma retaliação à morte do chefe do Hezbollah no Líbano e de um líder político do grupo Hamas, além de um general iraniano.
A escalada dos conflitos no Oriente Médio levou o petróleo a disparar hoje, já que o envolvimento do Irã pode representar potenciais reflexos para o fornecimento na cadeia produtiva da commodity — os iranianos são o terceiro maior produtor de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Na bolsa do Reino Unido, o petróleo Brent, referência global da matéria-prima, sobe 3,2%, a US$ 74,02 o barril.
A alta do petróleo contribui com a valorização das petroleiras, o que justifica o avanço dos papéis da Petrobras — e, portanto, do próprio Ibovespa, dado o peso elevado que a estatal tem dentro do índice. No fechamento, a ação preferencial da Petrobras subiu 2,75%, enquanto as ações ordinárias avançaram 2,50%. Na máxima do dia, as ações da estatal petroleira chegaram a avançar 4%. O Ibovespa subiu 0,51%, aos 132.495 pontos.
O câmbio também não ficou atrás quando o assunto é o impacto dos temas geopolíticos sobre os mercados. O índice dólar DXY, que mede o retorno da moeda americana frente a uma cesta de moedas, avançou 0,42% nesta tarde. No Brasil, o dólar comercial subiu 0,31%, cotado a R$ 5,464.
“Em virtude do aumento das tensões no Oriente Médio, o preço do petróleo disparou e puxou as ações da Petrobras para uma alta de mais de 3%, levando o Ibovespa a recuperar sua máxima recente, com valorização de quase 1%”, afirma Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais. “Ao que tudo indica, na minha visão, as commodities devem continuar fazendo preço na bolsa brasileira.”