O Conselho de Administração da Petrobras aprovou na manhã desta sexta-feira, 24, a indicação de Magda Chambriard à presidência da estatal.
Chambriard, ex-diretora da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foi indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo no último dia 14, após a demissão de Jean Paul Prates do comando da empresa.
A nova presidente da Petrobras tem um perfil mais alinhado com a visão petista para a companhia, que é o aumento de investimentos na empresa. Há um temor no mercado sobre o aumento da ingerência política petista na companhia com a engenheira como CEO. Após a demissão de Prates, a Petrobras chegou a perder 34 bilhões de reais em valor de mercado em apenas um dia.
Chambriard se torna a sexta presidente da companhia em três anos. Em comum, todas as trocas tiveram o viés político. Prates, que ficou no cargo entre janeiro de 2023 e maio deste ano, sofreu um longo processo de fritura após desentendimentos com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Durante o governo Bolsonaro, a Petrobras teve quatro presidentes. Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna e Mauro Coelho foram demitidos por seguirem a política de paridade de preço internacional da companhia. Com a alta no valor do petróleo devido à pandemia e à guerra entre Rússia e Ucrânia, os preços dispararam, desagradando o ex-presidente. O último comandante da companhia na gestão Bolsonaro foi Caio Mario Paes de Andrade, ex-secretário do Ministério da Economia.
Quem é Magda Chambriard
Magda Chambriard é engenheira civil formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela é mestre em engenharia química pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa (Coppe) e foi aluna do setor de ensino do Rio da Petrobras em 1980, ano em que entrou pela primeira vez na estatal.
Chambriard trabalhou por 22 anos na empresa. Ela foi diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) entre 2012 e 2016, durante os governos dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer. Foi membro do Conselho de Administração do Pré-Sal entre 2013 e 2016, além de membro do conselho de administração da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) durante 2010 e 2016. Ela também participou como consultora em energia da Fundação Getulio Vargas por pouco mais de cinco anos, entre 2017 e 2023.
Como diretora-geral da ANP, a executiva esteve à frente da abertura de leilões para licitação de exploração de petróleo e gás natural. Na época, afirmou que os investimentos poderiam favorecer a redução das desigualdades regionais no país.