A Petrobras vai acabar com os grandes concursos públicos e também com os programas de demissão voluntária (PDV) após a reforma trabalhista, que entra em vigor em 11 de novembro. Um dos pilares defendidos pelo governo na reforma trabalhista é a prevalência do negociado sobre o legislado, valorizando os acordos com sindicatos. A reforma também cria um novo modelo de dispensa, a demissão consensual. Nesse modelo, o trabalhador recebe metade (20%) da multa do FGTS e pode sacar até 80% do saldo do fundo, mas não tem direito a seguro-desemprego.
“Nunca mais vai ter concurso para 2.000 pessoas. Agora, vamos fazer concursos de 100 pessoas, 50 pessoas, de 30 vagas, coisas pontuais para resolver aposentadorias”, disse Hugo Repsold, diretor de Recursos Humanos da empresa.
No caso dos PDVs, o plano da Petrobras é fazer acordos diretos com os trabalhadores, um novo modelo possível a partir da reforma trabalhista. Desde 2014, cerca de 16.000 empregados deixaram voluntariamente a empresa. Repsold informou também que trabalha num Plano da Força de Trabalho (Plafor), que deve concluir em novembro para que seja integrado ao plano de negócios, sem prazo para ser lançado.
Em nota, a Petrobras disse que está com a força de trabalho adequada, e que não considera fazer nenhum PDV ou grande concurso no momento. “A companhia conta com planejamento para realizar ajustes e concursos na medida em que precisar e de acordo com as metas e objetivos estabelecidos em seu Plano Estratégico e Plano de Negócios e Gestão”, diz trecho do comunicado.
Pela nova lei, a adesão a um PDV significa que todas as obrigações foram cumpridas pela empresa, e o empregado não poderá ingressar na Justiça pedindo reparos posteriormente.
(Com Estadão Conteúdo)