Na passagem de agosto para setembro, a produção industrial cresceu em sete dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, conforme dados divulgados nesta quinta-feira, 7.
Os maiores aumentos foram registrados por Espírito Santo (2,4%), Goiás (2,4%), Santa Catarina (2,3%) e Rio Grande do Sul (1,9%). São Paulo (0,9%), Paraná (0,9%) e Mato Grosso (0,7%), também apresentaram avanço. No país, o crescimento verificado foi de 1,1%, conforme dados divulgados na semana passada pelo instituto.
“Esse crescimento reflete um movimento compensatório em relação ao mês de julho, quando ocorreu uma queda mais significativa de 1,3%. Junto ao mês de agosto, quando houve uma variação positiva de 0,2%, há um acumulado de 1,4%, o que elimina a perda observada anteriormente. Este resultado também se explica pela melhora no mercado de trabalho, com menor desemprego e, portanto, maior consumo e renda disponível das famílias, aumentando a demanda, cujo efeito recai diretamente sobre a produção industrial”, explicou Bernardo Almeida, analista da PIM Regional.
Espírito Santo (2,4%) e Goiás (2,4%) apresentaram os avanços mais acentuados, após recuarem no mês anterior: -0,9% e -0,4%, respectivamente. Bernardo Almeida explica que no caso do Espírito Santo, o crescimento se dá por conta do setor extrativo, muito atuante na indústria capixaba. Já em Goiás, ele atribui aos “setores extrativo e metalúrgico agindo positivamente sobre o comportamento da indústria do estado. Esta taxa é a mais intensa desde dezembro de 2023, quando atingiu 2,6%”.
Maior parque industrial do país, São Paulo avançou 0,9% em setembro, abaixo da média nacional. “Esse avanço vem depois de dois resultados negativos, que acumularam uma perda de 2,4%. Em setembro, o setor de derivados do petróleo foi o que mais contribuiu para o comportamento da indústria paulista”. Após este resultado, São Paulo encontra-se 1,5% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.
Recuo
No lado das quedas, Ceará (-4,5%), Amazonas (-3,1%) e Pernambuco (-2,6%) registraram as taxas mais expressivas. Bernardo Almeida aponta os setores de produtos químicos e o setor de artefatos do couro, artigos para viagem e calçados como os principais para a queda na indústria cearense. “Esse recuo no Ceará vem após três meses de resultados positivos, com ganho de 5,7% no período”, explica o analista. Já no Amazonas, “os setores que mais influenciaram foram o de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos e o de máquinas e equipamentos”. Em Pernambuco, a queda deu-se por influência nos setores de outros equipamentos de transporte e veículos automotores.
Comparação anual
O setor industrial teve alta de 3,4% frente a setembro do ano passado e, regionalmente, 14 dos 18 locais pesquisados acompanharam o resultado positivo. Vale citar que setembro de 2024 (21 dias) teve 1 dia útil a mais do que igual mês do ano anterior (20). Os maiores avanços foram registrados por Mato Grosso do Sul (12,6%) e Pernambuco (12,0%). Já Bahia (7,6%), Região Nordeste (7,4%), Ceará (7,1%), Santa Catarina (7,0%), Minas Gerais (5,6%), Maranhão (5,6%), Mato Grosso (4,8%, Paraná (3,7%), São Paulo (2,9%), Rio Grande do Sul (2,5%), Espírito Santo (0,8%) e Goiás (0,2%) foram os outros locais com avanço na produção em setembro de 2024.
No sentido oposto, o Rio Grande do Norte (-21,0%) foi responsável pela queda mais intensa em setembro. A explicação para esse desempenho vem, principalmente, da atividade de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (gasolina automotiva e óleos combustíveis). Rio de Janeiro (-4,5%), Amazonas (-1,4%) e Pará (-1,2%) também recuaram nesta comparação.