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Os motivos para a Indonésia proibir a venda do novo iPhone no país

O país asiático exige que aparelhos vendidos localmente contenham ao menos 40% de componentes produzidos no país

Por Luana Zanobia Atualizado em 28 out 2024, 14h33 - Publicado em 28 out 2024, 14h31
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  • A Indonésia proibiu a venda de iPhone 16 e do Apple Watch Series 10 – lançamentos mais recentes da marca – após a Apple não cumprir o acordo de investimento no país.

    Desde 2017, a Indonésia tem imposto políticas de conteúdo local para gigantes de tecnologia, exigindo que uma porcentagem significativa dos produtos vendidos no país seja fabricada localmente. A lógica por trás dessas regras é clara: ao exigir um mínimo de 40% de conteúdo local, o governo indonésio visa atrair investimentos estrangeiros diretos, desenvolver sua indústria tecnológica doméstica e capacitar sua força de trabalho.

    Apesar da Apple de ter investido uma quantia significativa – aproximadamente 1,48 trilhão de rupias – em infraestrutura e desenvolvimento de academias de inovação no país, o montante ainda está aquém dos 1,71 trilhão de rupias exigidos pelas autoridades locais.

    A Indonésia tem alcançado o status de “nova China” devido à migração de diversas multinacionais de tecnologia que enxergam no país um potencial de produção mais barato e eficiente. Empresas como Google, Tesla e Samsung têm expandido suas operações na região, atraídas pela abundância de recursos naturais e por uma força de trabalho jovem e em crescimento. O baixo custo de produção, combinado com incentivos do governo, torna a Indonésia uma opção atraente para companhias que buscam reduzir sua dependência da China em meio às tensões comerciais globais. No entanto, esse fluxo de investimentos também fortalece a posição do governo indonésio, permitindo-lhe ditar regras mais rígidas e moldar suas políticas de acordo com os interesses nacionais. Ao impor requisitos de conteúdo local, a Indonésia está usando sua crescente importância para obter um status similar ao da China: uma peça-chave nas cadeias globais de valor, mas com uma autonomia significativa para definir suas próprias condições.

    A relevância da Indonésia para a Apple não pode ser subestimada. O país se tornou um dos mercados mais promissores para a gigante de tecnologia nos últimos anos, com a empresa ocupando cerca de 17% de participação no segmento premium de smartphones, atrás apenas da Samsung. Em termos de volume de vendas, a Apple registrou aproximadamente 3 milhões de unidades vendidas na Indonésia em 2023, com expectativas de crescimento contínuo. Para uma população que ultrapassa 270 milhões de pessoas, o potencial de mercado é imenso, especialmente considerando a rápida urbanização e a crescente classe média.

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    A decisão da Indonésia faz parte de uma estratégia que reflete o desejo do governo de diversificar sua economia e reduzir a dependência da exportação de commodities. Sob o recém-empossado presidente Prabowo Subianto, a Indonésia tem reforçado sua intenção de atrair investimentos estrangeiros, mas com um tom assertivo. Ao banir as vendas do iPhone 16, Prabowo envia uma mensagem clara: o acesso ao mercado indonésio vem com a expectativa de contribuição significativa ao desenvolvimento econômico local.

    A Indonésia tem alcançado o status de “nova China” devido à migração de diversas multinacionais de tecnologia que enxergam no país um potencial de produção mais barato e eficiente. Empresas como Google, Tesla e Samsung têm expandido suas operações na região, atraídas pela abundância de recursos naturais e por uma força de trabalho jovem e em crescimento. O baixo custo de produção, combinado com incentivos do governo, torna a Indonésia uma opção atraente para companhias que buscam reduzir sua dependência da China em meio às tensões comerciais globais. No entanto, esse fluxo de investimentos também fortalece a posição do governo indonésio, permitindo-lhe ditar regras mais rígidas e moldar suas políticas de acordo com os interesses nacionais. Ao impor requisitos de conteúdo local, a Indonésia está usando sua crescente importância para obter um status similar ao da China: uma peça-chave nas cadeias globais de valor, mas com uma autonomia significativa para definir suas próprias condições

    A Apple, ao hesitar em expandir suas operações locais, corre o risco de ficar para trás em uma das economias mais dinâmicas do mundo.

    Além disso, a estratégia indonésia de exigir conteúdo local tem outro efeito importante: a transferência de conhecimento e tecnologia. A construção de centros de pesquisa e desenvolvimento, como as Apple Academies, não apenas gera empregos diretos, mas também capacita uma nova geração de profissionais altamente qualificados, com impacto de longo prazo no ecossistema de inovação do país. Essa abordagem proativa visa transformar a Indonésia em uma base de fabricação e inovação que pode rivalizar com outros centros regionais, como a Tailândia e o Vietnã.

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