Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

O acordo na corda bamba

Conquista histórica, o tratado comercial entre União Europeia e Mercosul sofre com as caneladas diplomáticas desferidas pelo governo de Jair Bolsonaro

Por Victor Irajá Atualizado em 4 jun 2024, 14h45 - Publicado em 27 dez 2019, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Toda vez que o presidente Jair Bolsonaro ou algum de seus assessores mais próximos abre a boca para comentar assuntos relativos ao ambiente e ao cenário internacional, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, tem arrepios. Isso porque cada desaforo disparado das cercanias do gabinete presidencial balança os alicerces de uma das principais conquistas econômicas da atual gestão — e que teve a participação direta da ministra. Foi ela quem encarou uma agenda pesada de reuniões com os representantes do bloco europeu para garantir a qualidade dos produtos agrícolas brasileiros e assim fechar, enfim, em junho, os termos do Acordo de Livre-Comércio entre o Mercosul e a União Europeia, depois de vinte anos de idas e vindas. A expectativa é que, uma vez em vigor, a medida elimine os impostos sobre mais de 90% dos produtos negociados entre os dois blocos, o que aumentará substancialmente a competitividade na Europa do que se produz por aqui e alavancará o PIB nacional em 400 bilhões de reais em quinze anos.

    O problema é que, para entrar em vigor, o acordo precisa ser ratificado pelas 32 Casas legislativas dos membros dos dois grupos comerciais e pelo Parlamento Europeu. E as constantes barbeiragens diplomáticas do chefe de Tereza Cristina tornam essa possibilidade cada vez mais remota. O desmatamento recorde nas florestas brasileiras e a inépcia para o controle do vazamento de petróleo nas praias do Nordeste tisnaram a imagem do Brasil na Europa (leia mais). “Não podemos assinar um acordo comercial com um país que não respeita a Amazônia”, atacou a ministra do Meio Ambiente da França, Elisabeth Borne, em outubro. Para que o acordo não naufrague, o Itamaraty, sob o comando errático do ministro Ernesto Araújo, terá de se empenhar muito em mudar a péssima imagem do Brasil no exterior. Não será tarefa fácil para 2020.

    Publicado em VEJA de 1º de janeiro de 2020, edição nº 2667

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.