A disparada da demanda pelos fundos de investimentos imobiliários (FIIs) no Brasil já fez com que a B3 lançasse uma série de serviços e produtos para ajudar a fomentar esse segmento de mercado. Ao que tudo indica, porém, não vai parar por aí, uma vez que a bolsa de valores já está posicionada para acompanhar o contínuo amadurecimento do mercado.
“Para o futuro, conforme os volumes de negociação forem aumentando e o mercado for amadurecendo, mais produtos e serviços podem ser implementados com o objetivo de apoiar ainda mais o seu crescimento”, afirma Thalita Forne, superintendente de produtos da B3, em comentários para VEJA.
Para apoiar o crescimento dos FIIs, a B3 já tomou algumas medidas nos últimos anos. Uma das iniciativas foi a liberação de empréstimo de FIIs e a criação, juntamente com a XP, de um ETF (fundo listado em bolsa) que replica a rentabilidade do IFIX, índice que mede o retorno dos 142 FIIs mais negociados. Além disso, a bolsa também lançou contratos futuros de IFIX e termo de FIIs, para estimular a liquidez do segmento. Por fim, a B3 também viabilizou o voto à distância dos cotistas, uma importante medida e que permitiu a aprovação da transferência de gestão dos fundos imobiliários da gestora CSHG para o Patria Investimentos.
“Essas possibilidades trazem versatilidade para os investidores para estratégias de proteção patrimonial e mais formas de aumentar os rendimentos de seus investimentos, além de tornar o produto mais atrativo para investidores institucionais e internacionais”, diz Forne.
O mercado de FIIs é praticamente dominado pelas pessoas físicas, diferentemente de segmentos como ações, câmbio e juros. O volume de FIIs negociado pelas pessoas físicas na B3 representa 64% do total. Na sequência, vêm os investidores institucionais, com 19%, e apenas 11% são investidores não residentes. Nos cálculos da B3, há listagem de praticamente três novos fundos a cada semana: só em 2024, já houve mais de 65 novas listagens de FIIs.
“Um dos fatores que podemos indicar como atrativo para a pessoa física é a distribuição regular mensal de dividendos e a isenção do Imposto de Renda sobre os rendimentos”, destaca Forne. “Em cinco anos, a base de investidores pessoa física cresceu mais de quatro vezes, saindo de 640 mil em 2019 para mais de 2,7 milhões atualmente.”