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Monsanto é condenada a pagar R$ 1 bilhão a vítima de câncer nos EUA

Dewayne Johnson alegou ter contraído a doença durante anos de contato com princípio ativo de herbicidas desenvolvido pela empresa

Por Da Redação
Atualizado em 11 ago 2018, 14h18 - Publicado em 11 ago 2018, 13h39
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  • A Corte Superior da Califórnia condenou a Monsanto a pagar indenização de 289 milhões de dólares (1,1 bilhão de reais) para um paciente de câncer. O americano Dewayne Johnson alegou na Justiça ter desenvolvido a doença durante período em que trabalhou diretamente com herbicidas desenvolvidos pela empresa.

    Unidade da Bayer, que a adquiriu por 62,5 bilhões de dólares, a Monsanto enfrenta mais de 5000 processos semelhantes nos Estados Unidos. O caso de Johnson foi o primeiro a ser julgado nos Estados Unidos com base na tese de que o pesticida glifosato, produzido pela Monsanto, é cancerígino.

    O juri na Corte Superior da Califórnia em San Francisco deliberou por três dias antes de decidir que a Monsanto falhou em alertar Johnson e outros consumidores sobre o risco de câncer apresentado por seus pesticidas. A empresa deve pagar 39 milhões de dólares como compensação e 250 milhões como punição.

    Em nota, a Monsanto disse que apelará. A empresa nega que o glifosato, o herbicida mais usado do mundo, cause câncer, dizendo que décadas de estudos científicos comprovam que o pesticida é seguro.

    “A decisão de hoje não muda o fato de que mais de 800 estudos científicos apoiam o fato de que o glifosato não causa câncer, e não causou o câncer do Sr. Johnson”, disse a companhia.

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    O caso de Johnson, aberto em 2016, recebeu prioridade no julgamento devido à seriedade de seu linfoma não-Hodgkin’s, um câncer do sistema linfático que ele afirma ter sido causado pelos herbicidas Roundup e pelo Ranger Pro, ambos formulados a partir do glifosato da Monsanto. Os médicos de Johnson dizem ser improvável que ele sobreviva além de 2020.

    Ex-funcionário encarregado pelo controle de pragas no sistema escolar de um condado da Califórnia, Johnson, de 46 anos, aplicava o pesticidas até 30 vezes ao ano. Nos últimos anos, ele trabalhava como zelador em uma escola.

    Brent Wisner, advogado de Johnson, disse em nota que os membros do juri, pela primeira vez, haviam tido acesso à documentos da empresa que “provam que a Monsanto sabe por décadas que o glifosato, e especificamente o Roundup podem causar câncer”. Ele pediu que a Monsanto “ponha a segurança do consumidor antes do lucro”.

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    Durante o julgamento que durou quatro semanas, o juri ouviu depoimentos de estatísticos, médicos, pesquisadores de Saúde Pública, e epidemiologistas que tinham opiniões diversas sobre a possibilidade do glifosato causar câncer.

    A Agência de Proteção Ambiental dos EUA concluiu em setembro de 2017 uma avaliação extensa sobre os riscos do glifosato e declarou que a substância provavelmente não é carcinogênica a seres humanos. Mas o braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) que estuda a doença classificou o glifosato em 2015 como “provavelmente carcinogênico para seres humanos”.

    (Com Reuters)

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