Nesta quarta-feira, 13, o STJ decidiu, por decisão unânime, liberar o cultivo de maconha medicinal por parte de empresas brasileiras para a extração de insumos farmacêuticos. Mas para além do seu uso em medicamentos, um estudo mostra que a liberação total, inclusive para o uso recreativo, pode ter um impacto bilionário.
Segundo, o levantamento da Kaya Kaya Mind, consultoria especializada no mercado da cannabis, mesmo com a proibição do uso adulto — o chamado “uso recreativo” —, o mercado dessa planta movimenta entre 4,1 bilhões e 11 bilhões de reais. Em uma análise isolada somente dos produtos que envolvem o uso da maconha, o número também é alto: um milhão de brasileiros consomem tabaco de enrolar. O mercado desse segmento é estimado em 567,7 milhões de reais por ano, enquanto o de sedas, material usado tanto para enrolar o tabaco quanto a cannabis, é de pouco mais de 300 milhões de reais por ano. “É um mercado bilionário”, conta Maria Eugênia, CEO da Kaya Mind. Para ela, liberar a cannabis significaria uma movimentação que ultrapassaria a casa de 26 bilhões de reais, somada a uma arrecadação de mais de 8 bilhões de reais para o país.
A consultoria aponta que mais de 328 mil empregos poderiam ser gerados, tanto formais quanto informais. Esse número representa cerca de 4,5% da taxa de desemprego atual no Brasil, notificada, no trimestre encerrado em junho deste ano, em 7,4 milhões de pessoas que não estão trabalhando. “É um potencial econômico gritante e que, é claro, seria exponenciado com uma liberação mais ávida”, afirma Maria Eugênia.