Tema fundamental nos debates sobre o desenvolvimento econômico mundial, a inovação tem recebido pouca ou nenhuma atenção por parte dos governos brasileiros nas últimas décadas. Reflexo de tal situação é a incômoda 57ª posição ocupada pelo país no Índice Global de Inovação, compilado pela Universidade Cornell, pelo Insead e pela World Intelectual Property Organization (Wipo).
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Parte desse resultado pouco alentador se deve ao fato de o Brasil ter se assumido como um grande produtor de commodities, e ter estruturado substancialmente sua economia na comercialização desses produtos. Outra parte deve-se à pouca compreensão geral sobre a relevância e os impactos ocasionados pela inovação em praticamente todas as esferas sociais.
Países que agregam valor aos seus produtos e serviços com inovação são aqueles que conquistam mercado e geram uma dinâmica que resulta em benefícios como a criação de empregos. Nesse sentido, o Brasil precisa inovar para ser mais competitivo no cenário global.
O movimento do governo, paradoxalmente, tem sido o contrário. A forte contração do apoio público à área de ciência, tecnologia e inovação coloca em risco o potencial brasileiro de desenvolvimento tecnológico e a soberania nacional. A desarticulação, nos últimos anos, do complexo industrial da saúde, por exemplo, com retrocesso da indústria de equipamentos médico-hospitalares, elevou, de forma significativa, a dependência do setor de importações de insumos e equipamentos.
Em paralelo a esse cenário pouco alentador, desde 2013 o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) mantém no país a a rede nacional Institutos SENAI de Inovação, composta, atualmente, por 26 institutos presentes em 12 estados. A iniciativa se propõe a ser uma ponte entre o meio acadêmico e o empresariado voltada à pesquisa aplicada em que as unidades participantes atuam desde a fase pré-competitiva, de definição de conceitos e experimentações, até a etapa final, quando o novo produto está prestes a ser fabricado.
Na última década, os Instituídos SENAI de Inovação atenderam mais de 600 empresas, em investimentos que ultrapassam 1,2 bilhão e reais, distribuídos em 1 332 projetos de pesquisa desenvolvimento e inovação em parceria com a indústria, dos quais 712 já foram concluídos e 620 seguem em andamento. Em meio a um contexto de dificuldades e escasso apoio oficial é uma iniciativa alentadora como mostram os artigos e entrevistas contidos nessa edição de VEJA Insights, uma parceria entre as plataformas digitais de VEJA e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o SENAI e o Serviço Social da indústria (SESI).
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