Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Ingerência de Bolsonaro na Petrobras cria alerta: flerte com o populismo?

Adiamento de reajuste do diesel coloca em xeque a política de autonomia da estatal e remete a práticas contestadas nas gestões de Dilma e Temer

Por Alessandra Kianek Atualizado em 30 jul 2020, 19h50 - Publicado em 12 abr 2019, 22h44
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A intervenção do presidente da República, Jair Bolsonaro, na decisão da Petrobras de aumentar o preço do diesel mostra a fragilidade do governo em seguir a agenda liberal, tão propagandeada no período eleitoral, e faz a gestão flertar com o populismo, presente nos governos anteriores de Temer e Dilma.

    Publicidade

    Durante a gestão da petista, os preços dos combustíveis eram controlados pelo governo. Já no governo Temer, em ocasião de uma greve dos caminhoneiros, houve a concessão de subsídios no preço do diesel.

    Publicidade

    “Cada vez mais temos indícios de que, ao contrário do que esperava o mercado, Bolsonaro é um reformista relutante e não tem grande apreço pelo liberalismo econômico”, afirma Sérgio Lazzarini, colunista de VEJA e professor do Insper.

    Para Fernando Schüler, cientista político e professor do Insper, “é a hora de o governo mostrar se de fato é liberal ou se vai deslizar para o populismo de curto prazo, de circunstância”.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    A atitude de Bolsonaro coloca em xeque a confiança dele nos membros integrantes do seu governo e escancara o descompasso com a equipe econômica. “O resultado é muito ruim para a credibilidade dele como presidente e como maestro de uma equipe. A atitude mostra que ele está inseguro e não está alinhado com o presidente da Petrobras”, diz Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos.

    Ao ser questionado sobre a decisão do presidente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu que não foi informado sobre a intervenção. Eu não sei nem do que vocês estão falando”, afirmou ao sair de reunião no Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington (EUA).

    Publicidade

    Com a decisão de questionar a estatal, o presidente da República se mostrou refém dos caminhoneiros. “Ele empoderou a categoria e gerou uma onda de desconfiança em todo o governo”, diz Pasianotto.

    Como resultado, o mercado financeiro deixou claro o seu descontentamento. As ações da companhia negociadas na bolsa de valores brasileira tiveram queda de mais de 8% nesta sexta-feira, 12. Com isso, em apenas um dia, a Petrobras perdeu 32 bilhões de reais em valor de mercado.    

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    “A atitude de Bolsonaro gera uma incerteza brutal aos investimentos, o que, ao final, acaba sendo ruim para a geração de empregos e para a oferta na economia”, diz Lazzarini.

    Versões oficiais

    O porta-voz da Presidência da Republica, general Otávio Rêgo Barros, negou que a atitude de Bolsonaro significasse uma volta da política de intervenção na estatal. “Por princípio, o senhor presidente da República entende que a Petrobras, uma empresa de capital aberto, sujeita às regras de mercado, não deve sofrer interferência política em sua gestão.”

    Publicidade

    O Ministério de Minas e Energia adotou tom semelhante. “O MME reafirma seu compromisso de não intervenção no mercado, de defesa dos interesses do país nas questões energéticas, e, também, dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta de combustíveis”, informou a nota.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.