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Indústria de games no Brasil cresceu sete vezes em dez anos

Carolina Caravana, vice-presidente da Abragames, ainda aponta importância do público feminino no mercado de jogos

Por Leticia Yamakami 16 ago 2024, 15h35
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  • JOGOS ELETRÔNICOS - Proposta para regulamentar o setor tramita no Congresso
    “Temos potencial para exportar e tornar nosso jeito brasileiro um diferencial", afirma Carolina Caravana (Reprodução/Reprodução)

    Quando o assunto é inovação, a indústria de games do Brasil tem muito a dizer. Em dez anos, essa indústria de jogos ficou sete vezes maior no Brasil. Em 2014, existiam 150 estúdios desenvolvedores de games no país. Neste ano, 2024, chegou-se a 1.042 estúdios, uma elevação de 695%. Os dados são da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais (Abragames).

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    O número de pessoas envolvidas no setor saltou cerca de 1.000% no período e tende a aumentar.

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    Esse desenvolvimento ocorreu de forma orgânica devido a diversos fatores. Entre eles: a criação da Lei Paulo Gustavo; o crescimento das mídias digitais na cultura e no cotidiano das pessoas e a expansão da tecnologia. A projeção de crescimento do mercado de jogos para os pode ser muito maior durante os próximos anos, devido ao Marco Legal dos Jogos Eletrônicos (Lei 14.852, de maio de 2024). “Isso gera a possibilidade de ‘catapultar’ o Brasil para um novo patamar [no setor de games]”, explica Carolina Caravana, da Abragames, vice-presidente da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais (Abragames). A associação foi uma das participantes da Rio Innovation Week, uma das maiores conferências de tecnologia e inovação do mundo. 

    O Marco Legal dos Jogos Eletrônicos (Lei 14.852) foi sancionado pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no início deste ano. Seus pontos principais incluem incentivos semelhantes aos do setor cultural previstos na Lei Rouanet e na Lei do Audiovisual e a regulamentação do desembaraço aduaneiro e das taxas de importação de games, com objetivo de incentivar a inovação no setor. “Uma das coisas que fará uma super diferença é a quantidade de investimento vinda do governo a partir dessa regulamentação”, continua Caravana. “Não estamos falando especificamente de fomento, mas sim de olhar para o setor de forma séria, como um setor importante para o crescimento do país”.

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    A economia criativa, área em que a indústria de jogos está vinculada, também cresceu significativamente nos últimos dez anos, aumentando seu PIB em 69,8%. Em 2021, atingiu 230,18 bilhões de reais, o que representou 3,11% do PIB total do país naquele ano. Empregos formais nesse campo aumentaram 49,4% no mesmo período, resultando em 1,72 milhão de empregos em 2021.

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    Ainda assim, o crescimento do setor de jogos é praticamente 10 vezes maior do que o crescimento nacional da economia criativa. Ele demonstra capacidade para movimentar ainda mais a economia e potencializar a tecnologia se continuar com o alto nível de produção, capacitar novas gerações de produtores de jogos e receber os fomentos necessários.

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    De acordo com dados da Abragames, a estimativa de pessoas trabalhando na criação e produção de jogos eletrônicos é positiva. O número era de 1.278 trabalhadores em 2014 e subiu para 13.225 em 2023, registrando um crescimento de 1.035%. “Existe uma mobilidade econômica muito forte na área. Tem pessoas que começam como estagiárias e passam, às vezes, a sustentar sua casa dentro desse aspecto de desenvolvimento de jogos”, diz a vice-presidente da associação.

    Mulheres no controle

    Caravana também destaca o público feminino e as mulheres produtoras do setor, o que contribui para que a economia criativa alcance e desperte o interesse de um maior grupo de pessoas. A vice-presidente da Abragames conta que assumiu esse cargo após ter sido criado na associação um comitê feminino — que passou a ser um comitê de diversidade. “É importante haver mulheres na liderança, porque as coisas boas se replicam. Chamar e estruturar o público feminino é sempre bem vindo”.

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    No ponto de vista do consumo, 52% dos gamers no Brasil são mulheres, mas apenas 25% dos desenvolvedores de games são do gênero feminino. “Para existir uma paridade entre as pessoas que se interessam por jogos e as pessoas que fazem jogos, a gente ainda precisa avançar por mais um tempo”, pontua a profissional.

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    Para Carolina, o debate da inclusão de grupos minoritários na área de games não é mais um assunto genérico, tendo se tornado mais específico e prático. “A longo ou até a médio prazo, não vai mais ser possível fazer negócios, principalmente internacionais, se a empresa não houver um modelo diverso e diretrizes de governança”, afirma.

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    Em geral, o Brasil é o 10° maior mercado consumidor de games do mundo e o 5° maior mercado global para games mobile. Além disso, o mercado de jogos do país é o maior da América Latina, atingindo 2,3 bilhões de dólares de receita em 2022, o que inclui o consumo geral dos brasileiros por esse setor.

    As suas projeções para o futuro indicam uma maior expansão — tanto de tecnologia, diversidade e visibilidade — tanto nacional quanto internacionalmente. “Temos potencial para exportar e tornar nossa cultura e nosso jeito brasileiro um diferencial, o que é conhecido no exterior como soft power. Além de outras vantagens para a macroeconomia, isso também gera a atração de turismo para o país”, diz Carolina Caravana. “Há uma boa quantidade de opções a fim de expandir muitas outras áreas conosco, que vão além do desenvolvimento de jogos”.

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