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Hotel de luxo pede voto para Bolsonaro e Doria em redes sociais

Lei eleitoral proíbe impulsionamento de publicações de empresas que peçam votos para candidatos

Por Machado da Costa e Fabiana Futema
2 out 2018, 15h45

O hotel DPNY, localizado em Ilhabela, litoral de São Paulo, conhecido pelo luxo, se envolveu em uma polêmica eleitoral. Na reta final do primeiro turno das eleições, a empresa resolver se manifestar politicamente – novamente. Em um post no Facebook, o perfil do DPNY pede que seus seguidores votem em Jair Bolsonaro (PSL) para presidente e em João Doria Jr. (PSDB) para governador. O problema é que a publicação foi impulsionada, ou seja, a empresa pagou para que o post fosse visualizado por mais pessoas.

Pagar para impulsionar publicações com apoio político a candidatos em redes sociais é proibido pela lei eleitoral.

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(Facebook/Reprodução)

Segundo Marilda Silveira, professora do Instituto de Direito Público (IDP), o ato configura financiamento de campanha por empresa – proibido pela nova lei eleitoral. “Isso é uma manifestação de campanha que até poderia ser feita, se não fosse impulsionada”, esclarece.

O post recebeu mais de 6.000 curtidas, muito acima do número de médio de likes que as outras publicações do DPNY sem teor político, e sem impulsionamento, recebem.

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As manifestações da empresa são feitas por meio de um canal no site do próprio hotel, chamado de “Cartas Abertas”. O post que pede apoio a Bolsonaro e Doria recebeu o título de “Prospera Brasil”. “É triste essa realidade, mas se você votar em qualquer outro candidato, indiretamente ajudará o PT a retornar ao poder. A única forma de evitar que isso ocorra é votar em Bolsonaro”, diz a publicação.

Procurado, o DPNY disse ser uma empresa que realiza suas ações sempre dentro da lei. “O referido post faz parte da plataforma de “Cartas Abertas” da nossa empresa. Nessa plataforma trabalhamos com excelência onde tratamos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e sempre com honestidade, transparência, democracia, respeito, liberdade, justiça e igualdade.”

Não é a primeira vez que o dono do hotel, Wolfgang Ingo Napirei, manifesta-se politicamente. Em 2016, ele posicionou-se a favor do impeachment de Dilma Rousseff. No início deste ano, a empresa também fez campanha para que Doria concorresse a presidência, e não ao governo do estado de São Paulo.

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Medo da esquerda

Outro empresário que declarou publicamente seu apoio a Jair Bolsonaro é o dono das lojas Havan, Luciano Hang. Ele divulgou um vídeo por meio de um canal interno de comunicação para pressionar seus funcionários a não votarem em um candidato “de esquerda”. Segundo o comunicado, caso um desses concorrentes vencesse, Hang poderia fechar algumas das 114 unidades do grupo no Brasil. “Talvez, eu não abra mais lojas. Se nós voltarmos para trás, você está preparado para sair da Havan? Para ganhar a conta da Havan?”, questionou.

Hang defendeu o voto no capitão da reserva durante a gravação. Ele cita no vídeo uma pesquisa interna feita com os próprios colaboradores, que mostrou que 30% dos cerca de 15 mil funcionários pretendem anular o voto ou votar em branco. O dono da Havan alerta para o risco de “virarmos uma Venezuela” caso estes colaboradores confirmem essa intenção.

Procurado, Hang negou que tenha coagido os funcionários a votar em Bolsonaro.

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