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Haddad diz que não tem plano B após Pacheco devolver MP do PIS/Cofins

Ministro afirmou acreditar que poderá contar com o Senado para encontrar uma solução

Por Da Redação Atualizado em 12 jun 2024, 15h09 - Publicado em 11 jun 2024, 21h23
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  • O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 11, que a pasta não tem plano B para a medida provisória que limitaria a compensação de créditos tributários do PIS e da Cofins. Parte da MP foi devolvida, ou seja, tornada sem efeito, pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

    “Nós não temos (plano B)“, disse Haddad a jornalistas. “Estamos preocupados, porque identificamos fraudes nas compensações de PIS/Cofins, então vamos ter que construir também uma alternativa para o combate às fraudes.”

    Ao anunciar a devolução de partes da MP, Pacheco afirmou que os trechos barrados “geram enorme impacto ao setor produtivo nacional sem que haja a observância da regra constitucional da noventena”. Segundo entendimento do presidente do Congresso, por ser uma medida com impacto tributário, a MP deveria ter respeitado prazo de 90 dias antes de entrar em vigor.

    O ministro ofereceu os técnicos da Receita Federal ao Senado para negociar um texto alternativo à medida provisória devolvida. “O Senado assumiu uma parte da responsabilidade por tentar construir uma solução, pelo que eu entendi da fala do próprio presidente Rodrigo Pacheco, mas nós vamos colocar toda a equipe da Receita Federal à disposição do Senado para a gente tentar construir uma alternativa, uma vez que tem um prazo exíguo e que precisa encontrar uma solução”, declarou Haddad.

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    Ordem do Supremo

    Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo e o Congresso têm 60 dias para encontrar uma fonte de receita para compensar o prolongamento da desoneração da folha de pagamento. Os Poderes Executivo e Legislativo também precisam compensar a redução, de 20% para 8%, da contribuição à Previdência pelas prefeituras de cidades com até 126 mil habitantes.

    Sobre uma eventual reoneração da folha de pagamento e dos pequenos municípios caso as negociações não deem resultado, Haddad disse que qualquer pergunta deve ser feita ao STF.

    Fraudes

    O ministro justificou a edição da MP 1.227 porque a Receita Federal detectou até R$ 25 bilhões por ano em suspeitas de fraude no uso de compensações de PIS/Cofins. As compensações tributárias são um mecanismo por meio dos quais as empresas obtêm descontos em tributos pagos a mais ao longo da cadeia produtiva. No entanto, brechas e exceções na legislação permitem que as companhias, por exemplo, usem créditos de PIS/Cofins para abater o pagamento de Imposto de Renda.

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    “Vários empresários fazem o uso indevido das compensações, ao declarar créditos ilegítimos não reconhecidos pela Receita Federal”, justificou o ministro. Ele, no entanto, lembrou que nem todos os casos são fraudes. “Vamos responsabilizar criminalmente quem frauda dolosamente. Não o sujeito que por falta de dinheiro não conseguiu recolher imposto ou porque se enganou, não estamos falando disso”, acrescentou.

    Embora tenha devolvido ao governo o trecho que restringia as compensações de PIS e de Cofins, Pacheco manteve a parte que obrigará as empresas a declarar, num sistema informatizado, os incentivos fiscais que recebem. Haddad disse que a manutenção desse trecho ajudará o governo. “Essas medidas servem para os contribuintes explicarem o que estão fazendo, dizer em que lei está fundamentando a prevenção, o que facilita a fiscalização”, afirmou.

    (Com Agência Brasil)

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