O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira, 21, que o Brasil irá anunciar a adesão a um acordo internacional de compras governamentais como forma de permitir tratamento isonômico a estrangeiros interessados em participar de licitações e concorrências públicas no país.
“É o acordo pelo qual nós agora passamos a admitir empresas de fora também para todas as compras que a gente fizer, um tratamento isonômico. O Brasil está querendo entrar para primeira liga, primeira divisão de melhores práticas. E isso realmente é um ataque frontal à corrupção”, afirmou a jornalistas, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Segundo o ministro, boa parte da corrupção nos últimos anos ocorreu “com coisas de governo”, como desvio de dinheiro em obras públicas. O ministro não informou, porém, a data em que o Brasil vai aderir oficialmente ao pacto.
O Acordo sobre Compras Governamentais (GPA, na sigla em inglês), mantido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), estabelece aos países signatários uma série de compromissos em matéria de transparência e acesso aos mercados nacionais de compras públicas. Seus integrantes ficam obrigados a dar isonomia de tratamento entre empresas nacionais e estrangeiras. Atualmente, 48 países são signatários, entre eles, as 27 nações da União Europeia.
“O Brasil é um país querendo crescimento, competição, melhores oportunidades e se livrar de corrupção. Então esse acordo para as compras governamentais é um ataque frontal à corrupção. São as melhores práticas, e toda vez que o governo vai comprar alguma coisa entra todo mundo. Não dá para fazer aqueles acordos pra financiamento de campanha: eu ajudo a te eleger e depois você me dá recursos públicos”, acrescentou.
Com a ausência de Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, cabe a Guedes representar o Brasil. A ideia é vender uma boa imagem do país para atrair investimentos estrangeiros, mostrando a face mais liberal do governo, alinhado com políticas econômicas globais. Nesta terça-feira, Guedes participou de um painel sobre o futuro da indústria, afirmando que o Brasil ficou para trás no que se trata de inovação. Segundo ele, é preciso que o país e as outras economias mundiais invistam mais no talentos que ajudem a operação da inteligência artificial. Logo mais, ele fala junto a líderes da América Latina sobre a economia da região.