O caos aéreo na Europa ganhou um novo componente que deve deixar a situação aind mais complicada. Nesta terça-feira, 5, os trabalhadores do reabastecimento no aeroporto de Heathrow, em Londres, anunciaram uma paralisação de 72 horas. Heathrow é o aeroporto mais movimentado da Europa em número de passageiros. Com isso, os atrasos e cancelamentos que lotam terminais continente afora dificilmente darão trégua.
O sindicato Unite disse em comunicado que os funcionários da Aviation Fuel Services votaram pela greve depois que a empresa não aumentou os salários em três anos. A AFS é uma joint venture entre as empresas de combustível BP, TotalEnergies, Q8 Aviation e Valero Energy, e fornece combustível para mais de 70 companhias aéreas, incluindo American Airlines Group, Delta Air Lines, United Airlines Holdings e Emirates.
Segundo o site de rastreio de voos Flight Aware, 26% das partidas programadas para essa terça do aeroporto londrino registraram atraso. O índice de voos comprometidos é ainda maior em outros terminais europeus como Frankfurt, que registra índice de 41% de atrasos e de Paris (Charles de Gaulle), com 32% dos voos partindo fora do horário.
A crise aérea da Europa acelerou ao passo que o fluxo de passageiros no verão europeu aumentou, porém, a mão de obra não acompanhou a alta da demanda, desencadeando diversas greves. No último fim de semana, as paralisações dos funcionários companhias de baixo custo Ryanair e EasyJet desencadearam atrasos em todo o continente. Na Alemanha, o problema é o déficit de trabalhadores, tanto nos aeroportos quanto no quadro de funcionários da Lufthansa. Segundo o sindicato USO (Unión Sindical Obrera), mais de 200 voos foram cancelados e quase mil sofreram atrasos nos últimos seis dias.
Heathrow, em Londres, também foi duramente atingido pela escassez de mão de obra nas companhias aéreas e outros problemas, levando a British Airways a cancelar mais de 800 voos neste verão. Os funcionários do check-in da transportadora, que é parte do grupo IAG, também ameaçaram fazer greve.