O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira, 10, que o governo pretende fazer um corte gradual de 10% nas tarifas de importação para abrir a economia brasileira.
“A abertura da economia tem que ser exponencial, não pode ser linear senão você quebra a indústria brasileira. Vamos baixar tarifa média em 10%; sendo 1% no primeiro ano, o dobro no segundo, o triplo no terceiro e o quadruplo no último ano”, disse ele durante evento no Rio de Janeiro.
Além disso, Guedes também disse acreditar que não terá dificuldade de aprovar um pacto federativo, porque governadores e prefeitos concordam sobre a necessidade de promover mudanças. “O pacto fará parte de uma agenda positiva que será lançada após a conclusão da reforma da Previdência”, disse ele.
O pacto federativo tem o objetivo de apontar proposições legislativas que possam contribuir para melhorar a situação financeira dos entes federados e ajudar a remover gargalos que impedem o crescimento.
Entre as mudanças previstas, o ministro citou a desvinculação de receitas e despesas dos orçamentos de Estados e municípios e também a redução da alíquota de tributos, que deve cair 10% em média. “A redução deve ser gradativa, ano a ano”, segundo o ministro
Guedes também voltou a defender a reforma da Previdência. Ele afirmou que “deixou um clima de Fla x Flu” no debate, de que “é tudo ou nada”. “Em Brasília, os caras estão gastando 100 milhões de reais para a reforma não passar”, disse. O ministro, no entanto, não detalhou, quem seriam essas pessoas.
A reforma da previdência, que modifica as regras de aposentadoria no país, está na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Se aprovada, passa para o plenário da Casa, onde precisa de 308 dos 531 votos em dois turnos de votação; e depois para o Senado.
BNDES
O ministro destacou também que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não pode ser uma fábrica de privilégios, que escolhe apenas algumas empresas para receber a maior parte dos investimentos. De acordo com Guedes, o banco não pode exercer apenas o papel de “dar grana para gato gordo”. “Tem que acabar com essa história de [criar empreendimento] campeão nacional. Quem cria campeão nacional é o mercado. Isso aqui não pode ser uma fábrica de privilégios”, disse ele.
A solução, segundo o ministro, seria o banco investir em projetos de utilidade pública, como a política de saneamento, mas também na reestruturação financeira de estados e municípios, nas privatizações e no Programa de Parcerias de Investimentos (PPIs), que visa uma parceria entre Estado e iniciativa privada.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)