O presidente Jair Bolsonaro indicou o ex-secretário do Ministério de Minas e Energia, José Mauro Ferreira Coelho, ex-secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, como novo presidente da Petrobras depois da demissão do general Joaquim Silva e Luna do comando da empresa. O governo corria contra o tempo para indicar um novo mandatário para a estatal de petróleo antes da reunião do conselho, marcada para o próximo dia 13. Em paralelo, o governo indicou Márcio Weber, já membro da estatal, para presidir o Conselho de Administração da empresa. As escolhas se deram após as desistências do economista Adriano Pires e do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, de assumirem os cargos de presidente da estatal e do conselho, respectivamente. Coelho é o atual presidente do Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo (PPSA).
A escolha foi tratada a sete chaves pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Nomes aventados dentro do governo já sofriam resistência antes mesmo da formalização das indicações. No Ministério da Economia, havia expectativa em torno da possível nomeação do secretário de Desburocratização, Caio Paes de Andrade, assessor de Paulo Guedes que, no entanto, colhia críticas por falta de experiência em assuntos relacionados à área de petróleo e gás. Como mostrou VEJA, o ministro torcia por seu secretário, mas se mantinha afastado das negociações. “Esse é um problema do presidente e do ministro Bento”, repetia aos secretários e assessores.
Em paralelo, o governo trabalhava com os nomes do próprio Weber para a presidência da empresa e de Décio Oddone, ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Como revelou VEJA, Oddone recusou um convite formalizado para o comando da empresa. Os novos indicados não terão vida fácil — e terão seus trabalhos observados a lupa. Como mostrou a edição de VEJA desta semana, o presidente demitido da estatal revelou as pressões sofridas em torno do aumento dos preços dos combustíveis. “As pressões sempre foram crescentes. Em torno do preço dos combustíveis, por troca de diretores. Foram todas absorvidas, nunca cedidas. Nenhuma. Essas resistências foram crescendo, foram feitas algumas sinalizações públicas. Mas eu não abandonaria o campo de batalha. Não me senti surpreendido com o desfecho. A forma me surpreendeu um pouco”, disse ele.
Coelho é formado em Química Industrial e mestre em Engenharia dos Materiais pelo Instituto Militar de Engenharia (IME). Fez doutorado em Planejamento Energético pelo Programa de Planejamento Energético (PPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Antes de ser secretário do Ministério de Minas e Energia e presidente da PPSA, passou mais de uma década na estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE).