O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou oficialmente a proposta do novo arcabouço fiscal ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última sexta-feira, 17. As ministras do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, também participaram do encontro, e já estão familiarizadas com a proposta. No entanto, a medida ainda segue sem resposta do ministro da Casa Civil, Rui Costa, segundo apurou o jornal Valor Econômico.
Segundo uma fonte próxima, o ministro da Casa Civil ainda não deu sua opinião sobre a proposta do novo conjunto de medidas fiscais e pretende ouvir seus técnicos antes. Ele tem uma reunião agendada com sua equipe nesta segunda-feira, 20, para discutir o assunto, e também deve participar de outra reunião na terça-feira, 21, com Haddad e Tebet. Originalmente, o arcabouço fiscal seria apresentado em abril, mas Haddad antecipou o cronograma para tentar baixar os juros antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece na terça-feira, 21 e quarta-feira, 22. Ele finalizou o projeto nas últimas semanas e apresentou suas metas ambiciosas para o alto escalão do governo, culminando na aprovação do presidente Lula. Durante todo o processo, Haddad tomou precauções para evitar vazamentos e especulações no mercado financeiro. O plano tem como objetivo manter o déficit abaixo de 100 bilhões de reais neste ano e zerar a conta em 2024.
No entanto, aumenta a crença de que é improvável a divulgação do novo conjunto de medidas fiscais antes da reunião do Copom do BC na próxima terça e quarta-feira, o que pode prejudicar a possibilidade de corte de juros. O presidente Lula tem a intenção de anunciar oficialmente as novas regras antes de sua viagem à China, marcada para a próxima sexta-feira, dia 24.