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Funcionários da Ford voltam ao trabalho em meio à expectativa de compra

Após 42 dias de paralisação, retorno se deve a avanços de negociações entre sindicato e trabalhadores

Por da Redação
Atualizado em 3 abr 2019, 08h47 - Publicado em 2 abr 2019, 14h07
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  • Os funcionários da fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo (SP), retornaram aos postos de trabalho nesta terça-feira, 2, após mais de 42 dias de paralisação, em meio a expectativas de venda da planta. O fim da greve se deve a avanços das negociações trabalhistas, entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e ao andamento das conversas entre a Ford e um possível comprador da empresa.

    “Para a fábrica interessa produzir, pois tem compromissos comerciais. De nossa parte, nos interessa que os investidores tenham como conhecer o funcionamento da fábrica, como é o processo de produção e, principalmente, a qualificação dos trabalhadores”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana.

    Segundo o sindicato, as negociações com a Ford estão avançando. O pagamento da participação nos lucros e resultados aos trabalhadores já estaria garantido e a discussão agora gira em torno de outros itens como data-base deste ano e valor das indenizações. “Temos um acordo que garante a estabilidade até novembro, porém não queremos aguardar até lá. Nós gostaríamos de já em abril realizar uma assembleia trazendo uma boa notícia”, conta José Quixabeira de Anchieta, o Paraíba, coordenador do Comitê Sindical.

    Antes do anúncio do fechamento da unidade, os metalúrgicos estavam trabalhando três dias por semana na Ford de São Bernardo, devido ao baixo volume de produção. Agora, no retorno serão dois dias de trabalho por semana. É o necessário para produzir 1.700 automóveis (Fiesta) e 843 caminhões até o fechamento da planta, de acordo com o sindicato.

    O fim da paralisação acontece em meio a rumores de que o grupo Caoa estaria prestes a fechar a compra da fábrica da Ford. O grupo brasileiro, que já têm parcerias com a Hyundai e a Chery, confirmou que está olhando o ativo. “É natural que a Caoa e a Ford conversem sobre futuros negócios, assim como ocorre com outras empresas sempre que há uma boa oportunidade”, disse a companhia em comunicado. Procurada, a Caoa informou que não há confirmação oficial sobre a compra. Já a Ford disse que não comenta especulações.

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    Na sexta-feira, 29, representantes do sindicato se reuniram com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). “Saímos esperançosos e animados da reunião. O governador se mostrou confiante com o encaminhamento das negociações, cujo conteúdo é tratado em sigilo comercial”, contou o presidente da entidade. 

    Entenda 

    A mobilização foi iniciada em 19 de fevereiro, como resposta ao anúncio do fechamento da unidade. No anúncio, a Ford explicou que vai encerrar sua atuação no segmento de caminhões na América do Sul e deixar de comercializar os modelos Cargo, F-4000, F-350 e Fiesta, produzidos apenas na fábrica paulista. O motivo, segundo a empresa, é a “ampla reestruturação de seu negócio global”.

    Governos estadual e federal, com a prefeitura de São Bernardo do Campo, negociam a venda da fábrica para outra empresa automotiva, a fim de manter os empregos na região. Um possível comprador pode se beneficiar do programa de incentivo fiscal à indústria anunciado pleo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em março. Serão oferecidas reduções do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em até 25% para montadoras que apresentarem planos de investir pelo menos 1 bilhão de reais e que gerarem no mínimo 400 postos de trabalho.

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