O Walmart foi processado nesta quinta-feira por um ex-executivo que acusou o maior varejista do mundo de emitir resultados enganosos de comércio eletrônico e de demiti-lo por ter reclamado da prática. Acusação acontece em meio à crescente pressão da Amazon.com sobre o varejo tradicional, que precisou se reinventar para enfrentar a empresa.
Tri Huynh, ex-diretor de desenvolvimento de negócios, acusou o Walmart de ter traído os princípios de integridade e honestidade adotados pelo fundador Sam Walton em seu empenho para mostrar “crescimento meteórico” no comércio eletrônico.
A denúncia alega várias irregularidades, incluindo a rotulagem incorreta de produtos, permitindo ao Walmart cobrar comissões de vendas excessivas, e a falha no processamento correto de devolução de clientes, para melhorar os resultados.
“Wal-Mart enganou na corrida para expandir e ganhar participação de mercado”, por estar “desesperado por ganhar o terreno que há muito perdeu para a Amazon”, disse Huynh em sua queixa apresentada ao Tribunal Distrital dos EUA em San Francisco.
O porta-voz do Walmart, Randy Hargrove, disse que o litígio é baseado em alegações de um ex-funcionário descontente, que foi demitido quando o negócio foi reestruturado. “Nós recebemos alegações como esta seriamente e as examinamos quando chegam até nós”, disse ele. “A investigação não encontrou nada que sugere que a empresa atuou indevidamente.”
O Walmart se defenderá vigorosamente contra as acusações, acrescentou Hargrove.
O varejista gastou bilhões de dólares nos últimos anos para competir com a Amazon, inclusive com a compra da Jet.com em 2016, e no mês passado disse que as vendas trimestrais online, incluindo as vendas nas festas de dezembro, aumentaram em 23%.
Mas as vendas da Amazon na América do Norte cresceram 40% no mesmo trimestre, e os analistas disseram que a guerra de preços pesou nas margens do Walmart.