O recuo no valor do euro levou a um maior fluxo de negociações da moeda. Com a desvalorização, o euro se tornou a moeda mais comercializada pelo quarto mês consecutivo no Brasil, segundo dados levantados pela Travelex Confidence, corretora de câmbio com atuação em mais de vinte países.
A movimentação de maior procura pelo euro começou em junho, quando a moeda alcançou a paridade com o dólar pela primeira vez desde o início de sua circulação, em 2002. A desvalorização do euro está relacionada às tensões com a guerra no Leste Europeu e com as elevações da taxa de juros nos Estados Unidos.
A notícia vem animando viajantes pelo mundo e também pelo Brasil, que estão aproveitando o momento para adquirir a moeda, que segue enfraquecendo frente aos seus pares. Essa é uma das poucas vezes que o euro ultrapassa o dólar em volume de negociações. Nesta sexta-feira, 16, o euro vale 1,00 dólar. No Brasil, a moeda é negociada a 5,28 reais no câmbio comercial.
O euro segue pelo quarto mês consecutivo na liderança das moedas mais vendidas em espécie, atingindo um crescimento de 13% em relação ao mês anterior, segundo a Travelex. A procura pelo dólar também vem amentando devido à queda do valor da moeda nos últimos meses. Em julho, a moeda atingiu o pico nos últimos seis meses, sendo negociada a 5,49 reais, mas caiu para 5,02 reais na menor cotação de setembro. A queda no valor fez as vendas da moeda aumentarem 33% comparado ao mês anterior.
“Esse crescimento é reflexo da queda do valor das duas moedas no comparativo com julho de 2022. A moeda europeia ainda segue desvalorizada frente ao dólar, terminando agosto com um valor inferior ao da moeda americana, em um cenário bastante atípico”, explica Jorge Arbex, diretor de varejo do grupo Travelex Confidence. No ano, o euro acumula uma desvalorização de 16,49% e o dólar de 4,79% frente ao real.
O levantamento também revelou que o peso argentino, que vinha em uma constante alta de compras, perdeu sua posição no ranking entre as cinco moedas mais procuradas, dando o lugar para o dólar australiano, que teve um volume de transações 21% superior ao mês de julho.