No último pregão do ano, nesta segunda-feira, 30, o dólar comercial fechou em queda de 0,9%, cotado a 4,01 reais. O valor é o menor desde o dia 5 de novembro, quando a moeda americana encerrou o pregão valendo 3,99 reais. O valor ao final de 2019 é menor do que o projetado pelo mercado de acordo com o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) na manhã desta segunda-feira. Segundo as estimativas do BC, o dólar encerraria o ano valendo 4,10 reais. A queda na cotação da moeda está ligada à melhora no cenário internacional, com o avanço nos diálogos entre Estados Unidos e China, e a disponibilidade do mercado de tomar mais risco em países emergentes.
Na sexta-feira, 27, a moeda americana já havia operado em baixa de 0,28%, quando fechou a R$ 4,05, acumulando recuo de 1,06% na semana. No ano, porém, o dólar avançou 4,55%. Em novembro, o dólar chegou a superar os 4,25 reais, na máxima histórica já registrada, em meio a incertezas no cenário global, alinhadas à política de juros baixos vividas pelo Brasil desde a assunção do governo de Michel Temer, em 2016.
Em novembro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou não estar preocupado com o novo recorde de cotação da moeda americana. Segundo ele, é preciso que o país se acostume com o patamar alto da moeda, que é uma consequência de uma mudança na política econômica brasileira, com juros mais baixos e câmbio de equilíbrio alto, ainda não compreendida pela maior parte da população.
Já Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou em queda de 0,76%, a 115.645 pontos, respeitando uma tendência global de investidores retirando seus lucros dos investimentos, em um dia de baixa liquidez. Na sexta, o Ibovespa, principal índice do mercado do país, já havia fechado em baixa de 0,53%, aos 116.533 pontos. Nesta segunda, além das ações da própria B3, os papéis mais negociados foram os da Vale, da Petrobras e da Vivara — que estreou na bolsa neste ano.
O ano, porém, foi de bonança no mercado de capitais. Em 2019, o Ibovespa acumulou alta de mais de 30%. Como VEJA explica em sua retrospectiva publicada na atual edição da revista, o número de pessoas físicas registradas na Bolsa de Valores de São Paulo dobrou. O principal índice do mercado de capitais, o Ibovespa, obteve recordes atrás de recordes e, no início de dezembro, atingiu o patamar de 110.000 pontos — depois de ter atingido a marca histórica da centena de milhares em março deste ano. Trata-se do dobro do que foi registrado em 15 de abril de 2016, o dia útil anterior ao do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.