O governo de Cuba deve 40 milhões de dólares ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O montante é relativo, sobretudo, a parcelas do financiamento concedido à construtora Odebrecht para construir o Porto de Mariel, a cerca de 40 km da capital cubana, Havana.
Na última segunda-feira, 17, após seis meses de atraso na parcela de junho, o banco formalizou o calote e pediu indenização de 6,5 milhões de dólares ao Tesouro Nacional.
A União é garantidora da operação, por meio do Fundo de Garantia à Exportação (FGE). A assessoria de imprensa do BNDES informou que as “negociações seguem em curso, por meio do governo brasileiro, que está empenhado em recuperar os créditos das operações de exportações brasileiras”.
Além de bens e serviços de engenharia, o BNDES financiou exportações de bens de capital brasileiros a Cuba, como ônibus, tratores e colheitadeiras. O banco acrescentou ainda que o FGE, superavitário em cerca de 1 bilhão de reais, “é formado com o pagamento de prêmios pelos importadores justamente para cobrir os riscos dos financiamentos”.
A construção do Porto de Mariel pela Odebrecht está inserida no contexto de aproximação política e econômica entre Brasil e Cuba durante o governo dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. A estratégia, na época, era que as empresas nacionais participassem de grandes obras de infraestrutura em países da América Latina e África, com o apoio financeiro do BNDES.
Ao governo brasileiro, Cuba alegou que está atrasando o pagamento do financiamento do BNDES porque a destruição causada por um furacão gerou prejuízos financeiros dos quais ainda se recupera.