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Covid-19 e falta de componentes param fábricas de veículos pelo país

Volks, Mercedes, Volvo e Scania paralisaram produção por piora da pandemia; falta de peças também pesa, e GM interrompe fabricação do Onix por dois meses

Por Diego Gimenes
Atualizado em 24 mar 2021, 14h13 - Publicado em 24 mar 2021, 08h59

A indústria automobilística parou em abril do ano passado, quando as restrições impostas por governadores e prefeitos para tentar frear o novo coronavírus se endureceram Brasil afora. O tombo na produção foi de abismais 99%, no mês, seguido de uma boa recuperação de espaço. Porém, perto de completar um ano que as máquinas foram desligadas, o setor vive novamente o mesmo drama. Diante do pior momento da pandemia no Brasil, algumas montadoras decidiram parar a produção e mandar os funcionários para casa.

A Volkswagen suspendeu as atividades nas fábricas a partir desta quarta-feira, 24, até a Páscoa, no começo de abril. Além do efeito direto dos casos de coronavírus, o setor também enfrenta outro efeito colateral, que é a falta de componentes, fazendo que outras linhas de produção também sejam reduzidas ou paradas no país.

A General Motors (GM) decidiu suspender as atividades na fábrica de Gravataí (RS) por um período maior. De acordo com a montadora, a produção na unidade será interrompida nos meses de abril e maio, podendo ter efeitos em junho, retornando ao volume de produção regular apenas em julho. Com a decisão, o Onix, carro mais vendido do país, terá sua produção suspensa por, pelo menos, dois meses. Já a fábrica de São José dos Campos (SP), da GM, opera apenas em um turno desde 8 de março, e assim deve permanecer por mais dois meses. Além do agravamento da pandemia, as atividades serão suspensas também pela escassez de peças. Como VEJA mostrou, a falta de componentes eletrônicos tem minado a produção global das montadoras.

Pelo período de interrupção das atividades ser maior, a companhia americana adotou o regime de layoff (suspensão de contratos) para seus funcionários. O acordo, aprovado pelos trabalhadores, prevê dois meses de suspensão de contrato de trabalho, podendo ser estendido para até 10 meses. Neste período, não haverá atividades no segundo turno do setor de fabricação da caminhonete S10. A garantia de estabilidade no emprego foi uma exigência dos metalúrgicos e vai beneficiar quem entrar ou não em layoff. O programa de suspensão de jornada e redução de contrato, o BEm, ainda não foi reeditado pelo governo federal.

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A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) acredita ser pouco provável que a cadeia paralise por completo, como em abril de 2020. Naquela oportunidade, todas as montadoras pararam espontaneamente para se adaptar aos protocolos sanitários. Agora, de acordo com a entidade, a situação é outra, e varia pelo agravamento da pandemia em cada região, de cada segmento de mercado, e envolve também a falta de componentes.

Na última terça-feira, 23, a Mercedes-Benz anunciou que vai paralisar a produção de veículos e caminhões no Brasil até o dia 4 de abril. Depois dessa data, a marca alemã vai conceder férias coletivas para grupos alternados de funcionários. A Scania vai interromper os trabalhos até o dia 5 de abril, inicialmente. Já a sueca Volvo vai reduzir em 70% a produção de veículos pesados na planta de Curitiba (PR). As fabricantes decidiram suspender as atividades pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus no Brasil.

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Em fevereiro, a Honda programou uma suspensão temporária das atividades, válida para os meses de fevereiro e março, na fábrica de Sumaré (SP), provocando a interrupção da produção do modelo Civic. Nos Estados Unidos, a montadora japonesa suspendeu as atividades em quase todas as suas fábricas, por uma semana. A Fiat seguiu o mesmo caminho e diminuiu o ritmo de produção no Brasil em março, suspendendo o segundo turno da planta de Betim (MG) e dando férias para 10% dos funcionários da fábrica, que produz todos os modelos da fabricante, com exceção do Toro, montado em Goiana (PE).

Imunização

O consenso entre montadoras e Anfavea é de que a vacinação em massa contra a Covid-19 é o único instrumento capaz de normalizar as atividades econômicas e industriais no país. Até 23 de março de 2021, apenas 5,8% da população brasileira havia recebido a primeira dose do imunizante.

 

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