A quinta-feira, 5, foi de temor nos mercados. O Ministério da Saúde confirmou oito casos de coronavírus – além de elevar para 635 o número de suspeitos no país – em três estados: Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. Também cravou as primeiras situações de transmissão dentro do Brasil. Com o aumento das incertezas envolvendo a disseminação da doença, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, derreteu 4,85% no pregão, caindo aos 102.233 pontos,o menor patamar desde 10 de outubro de 2019.
As principais perdas foram de empresas voltadas ao turismo e à saúde. As companhias aéreas Gol e Azul desabaram 16,1% e 15,7%, respectivamente, enquanto a companhia de viagem CVC afundou 10,5%. A Hapvida e Sulamérica perderam 4,7% nos valores de suas ações.
A bolsa vinha reagindo nos últimos dias, depois de o Ministério da Saúde, sob a tutela de Luiz Henrique Mandetta, demonstrar firmeza e organização nos casos de coronavírus confirmados no país. O mercado brasileiro viu-se acometido de vez pela doença depois do primeiro caso confirmado no país, na terça-feira de Carnaval, e o mercado assimilar as tensões vividas nos dias de folia — enquanto as bolsas europeias entravam em declínio depois da aceleração do problema de saúde ser registrado no continente, principalmente na Itália.
Com temores envolvendo a exportação e a atividade industrial na China, amplamente impactada pelo surto da doença, a Vale e a Petrobras, com peso na listagem da B3, sucumbiram. As empresas amargaram quedas de 3,4% e 6% durante os leilões desta quinta. O surto de coronavírus já provocou 3.198 mortes e infectou mais de 93 mil pessoas. A doença já está presente em mais de 70 países.