As recomendações expressas do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que as pessoas fiquem em casa são fundamentais, não resta dúvida até mesmo entre os economistas de que o momento é de achatar a curva e ficar em casa. Apesar dos pedidos por delivery e cobrança majoritária por cartão sem o contato humano durante o isolamento, a Cielo, empresa operadora de cartões, divulgou uma pesquisa que aponta a queda de 25% nas operações no débito e de 35% nas operações de crédito desde o último dia 29 de março. A queda no faturamento foi puxada pelo despencar de operações em estabelecimentos tidos como não essenciais durante a crise do coronavírus (Covid-19) que forçou governadores a estabelecerem políticas de distanciamento. Com as pessoas em casa, os pagamentos em estacionamentos tiveram queda expressiva de 92%, enquanto os gastos com vestuário caíram 82%.
Gastos com turismo tiveram redução de 80%, enquanto os bares e restaurantes, que só podem funcionar em estados como São Paulo e Rio de Janeiro com serviços de entrega, tiveram queda de 61% nas operações das maquininhas. As lojas de material de construção e de departamento foram impactadas em 52% e 43%, respectivamente. Os postos de combustível também sofreram queda expressiva de vendas no cartão, de 42%. Na contramão, os serviços essenciais tiveram avanço tímido no período. Como as pessoas só podem (ou devem) sair de casa para comprar comida e remédios, as vendas nos supermercados avançaram 6%, enquanto as das farmácias tiveram alta de 1% no período.
O movimento das compras no e-commerce seguem um resultado cujos números expressivos só não assustam pela leitura da atual realidade. No mesmo período, a instituição registrou aumento de 206% nas compras online em supermercados e de 114% nos bares e restaurantes. Com exceção de serviços e produtos voltados ao turismo, com queda de 75%, visto que as pessoas não podem viajar dadas às restrições aéreas e rodoviárias, todos os setores registraram alta nas compras pela internet. Serviço essencial, as farmácias viram as transações online aumentarem 55%, enquanto lojas de material de construção e de departamento tiveram aumento de 52% e 48%, respectivamente. As compras em lojas de roupas pela internet avançaram 30% no período.
Segundo a empresa, os dados são baseados em operações nos cartões com bandeira Elo e representam os hábitos de compras nas capitais São Paulo, Rio de Janeiro e o Distrito Federal, com políticas de isolamento em vigor por decisão dos governadores. A análise é realizada comparando cada dia da semana com a média para o mesmo dia da semana no período entre 5 de janeiro e 22 de fevereiro de 2020.