O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, anunciou, nesta quinta-feira, 17, que a Coreia do Sul abriu o mercado de carne suína para o Brasil. Segundo o ministro, que está em Xangai (China), inicialmente as exportações serão feitas por quatro unidades de frigoríficos de Santa Catarina, único Estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação. “Mas com a declaração de país livre de febre aftosa (com vacinação, a ser concedido este mês), iremos avançar para outros Estados em breve. É um mercado de 1,5 bilhão de dólares por ano”, relatou.
Maggi disse ter a convicção de que a liberação das exportações de suínos para a Coreia do Sul ocorre porque o Brasil conquistou o certificado de país livre de febre aftosa com vacinação da Organização Mundial de Saúde Aninal (OIE), documento que será recebido por ele em Paris no próximo dia 24. “Isso faz com que os mercados nos olhem de forma diferente. Estou na China e a gente percebe a mudança de humor e coisas que a gente não poderia exportar (agora) temos possibilidade, como carnes com osso, miúdos de bovinos e suínos. São coisas que fazem a pecuária brasileira cada dia melhor”, declarou.
O ministro afirmou que a abertura da Coreia do Sul para exportações de carne suína do Brasil, após mais de 12 anos de negociações, “mostra o quanto é trabalhoso conquistar um mercado”. Ele cita uma série de reuniões, negociações e de troca de certificados até que o país asiático confirmasse a abertura do mercado ao produto. “Isso demonstra o quanto é difícil a gente fazer parte desses mercados, principalmente um mais ‘premium’, que paga melhor, como o da Coreia (do Sul).”
De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as unidades habilitadas à exportação para a Coreia do Sul são da BRF, Aurora Alimentos e Pamplona Alimentos. Quarto maior importador mundial de carne suína, a Coreia do Sul tem um mercado equivalente à receita de exportação do Brasil com o produto no ano passado, que foi de 1,5 bilhão de dólares, aumento de 9,4% sobre 2016.
A expectativa do setor é de que os sul-coreanos adquiram 30 mil toneladas de carne suína por ano. Os norte-americanos são os maiores fornecedores para a Coreia do Sul, com cerca de 40% das aquisições do país asiático. A carne brasileira terá uma taxação de 20%, enquanto os produtos norte-americano e chileno são isentos.
Com a entrada da Coreia do Sul e a reabertura das exportações para a Rússia, a ABPA estima alta de 2% a 3% nas vendas externas brasileiras de suínos em 2018. Em 2017 o embarque foi de 3,8 milhões de toneladas.