Só se fala em bitcoin, a moeda virtual que ultrapassou o valor de 16.000 dólares em sua estreia no mercado internacional. O motivo para tanto alvoroço é a escalada de valorização da criptomoeda: 2.0147% no último ano.
Mas o bitcoin não é a única moeda virtual do mercado, existem dezenas de outras. Sua concorrente mais forte é o Ethereum, cuja cotação subiu quase o triplo do bitcoin no último ano: 5.744%.
Falar em moeda virtual significa falar em um sistema confiável para troca de valores online. Nisso, ambas são idênticas, pois se baseiam na tecnologia chamada de blockchain – um catálogo de transações descentralizado, que registra cada operação de forma que não haja fraudes, como um grande cartório presente na internet.
A principal diferença é que a tecnologia usada pela rede Ethereum é mais evoluída tecnicamente do que a do bitcoin. Isso faz com que as operações sejam mais rápidas. “O bitcoin leva cerca de 10 minutos para fazer uma transação, enquanto o Ethereum, uns 17 segundos”, disse a VEJA Rocelo Lopes, da corretora de moedas virtuais CoinBR.
Outra vantagem é que, embora os sistemas sejam parecidos, o bitcoin nasceu para ser usado em transações financeiras, enquanto o Ethereum está preparado para receber outros serviços baseados em contratos, como os ICO – a sigla indica uma transação que empresa pode usar para captar recursos em troca de uma “ação virtual”.
O sistema do bitcoin prevê que podem existir até 21 milhões das moedas virtuais, enquanto no Ethereum não há limite teórico. Ambas as moedas podem ser obtidas através de compra ou da chamada mineração – ceder o computador para “trabalhar” na rede, validando as operações.
Origem e troca
Ambas as tecnologias foram criadas por comunidades de entusiastas de tecnologia na internet, reunidos agora em fundações próprias. O bitcoin é mais antigo, de 2008, e sua autoria é desconhecida: alguém sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto, cuja identidade real não foi descoberta. O Ethereum é atribuído ao programador russo naturalizado canadense Vitalik Buterin, que descreveu seu funcionamento em um artigo de 2013, aos 19 anos. A moeda foi lançada em 2014.
Como são criptomoedas nascidas a partir da iniciativa de programadores, tanto o bitcoin quanto o ethereum não têm uma empresa ou governo por trás nem regulação específica. Isso faz com que as trocas desses ativos por dinheiro “real” dependa das corretoras. O valor de conversão também é definido por elas, em um sistema de oferta e demanda.
Um bitcoin era negociado por 16.670 dólares (54.830 reais) na Coinbase – uma das maiores do mundo – nesta segunda-feira, enquanto o Ethereum valia 480 dólares (1.578 reais). As duas moedas podem ser negociadas em frações.