A confiança do consumidor brasileiro caiu 2,9 pontos em maio, na quarta queda consecutiva do índice, que agora voltou aos 86,6 pontos, menor patamar desde outubro de 2018. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 23, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O índice varia de 0 a 200 pontos, sendo que quanto maior a pontuação, mais confiante estão os consumidores com relação à situação geral da economia e de suas finanças pessoais. Em teoria, a elevação desse otimismo faz com que a população gaste mais, estimulando o crescimento do país.
Segundo a FGV, a queda da confiança em maio ocorreu em todas as classes de renda e foi mais intensa nos pontos mais extremos da sociedade: a confiança das famílias com renda até 2,1 mil mensais caiu 6,2 pontos no mês e 19,7 pontos nos últimos quatro meses. A piora neste grupo foi mais influenciada, em maio, por uma redução da satisfação em relação ao momento atual. Nas famílias com renda acima de 9,6 mil reais mensais, houve redução de 6,9 pontos no mês, influenciada por uma piora das expectativas.
“Entre fevereiro e abril, a queda da confiança havia sido mais associada à frustração de expectativas com o ritmo de recuperação econômica e seus reflexos na evolução do emprego e da situação financeira familiar. O resultado de maio mostra um aumento expressivo da insatisfação dos consumidores com a situação atual, principalmente entre famílias de menor poder aquisitivo. Uma alteração deste quadro parece estar condicionada à redução dos elevados níveis de incerteza política e econômica observados hoje no país”, afirma, em nota, a coordenadora das Sondagens da FGV Ibre, Viviane Bittencourt.
A confiança com a situação atual caiu 3,7 pontos, para 73,4 pontos, e o indicador que mede o grau de satisfação com a economia recuou pelo terceiro mês consecutivo, ao passar de 82,1 pontos para 79,1 pontos, ambos com o desempenho mais baixo desde outubro de 2018. Já a satisfação com as finanças familiares caiu 4,4 pontos, para 68,2 pontos, nível “extremamente baixo em termos históricos”, de acordo com a FGV Ibre.
Quanto às perspectivas para os meses seguintes, o índice de expectativa recuou 2,2 pontos, para 96,5 pontos, também atingindo o menor nível desde outubro de 2018. O otimismo relacionado ao avanço dos números da economia foi o que mais influenciou na queda de confiança, recuando 7,4 pontos no mês, para 108,0 pontos. Já a expectativa com a situação financeira futura caiu 5,9 pontos, para 90,9 pontos, o menor desde julho de 2018 (90,3 pontos).
(Com Estadão Conteúdo)