Mesmo com altos números de casos de Covid-19, o varejo demostra reação, haja vista o resultado de abril, que as vendas subiram 1,8%. Em junho, com a desaceleração dos casos de Covid — ainda que em patamares muito altos — e menores restrições, o comércio aposta em uma data comemorativa para aquecer ainda mais as vendas. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Dia dos Namorados deve movimentar 1,8 bilhão de reais, 29,4% a mais que no ano passado, apesar do ritmo ser abaixo de 2019.
A expectativa das vendas está relacionada à redução do isolamento social e ao apetite dos consumidores. Segundo um levantamento exclusivo realizado pela Consultoria Internacional Bip e o Instituto Qualibest, 73% das pessoas envolvidas em um relacionamento pretendem presentear no dia dos namorados neste ano.
A maior parte, 54%, pretendem pesquisar e comprar o produto pela internet, mesmo com menos restrições. “Mais uma vez as vendas online devem mostrar forte crescimento nesta data em relação ao ano passado, quando uma parte importante da população iniciou sua jornada de compras pela internet. Esse novo comportamento de consumo online deve permanecer entre os consumidores brasileiros”, afirma o líder de Varejo e Bens de Consumo da consultoria Bip, Wagner Pereira.
Em relação aos gastos, 40% dos respondentes afirma que gastou ou gastará mais no Dia dos Namorados deste ano, na comparação com os dispêndios efetuados na mesma data do ano passado, enquanto 32% pretendem gastar ou gastaram menos. Outros 29% pretendem gastar ou gastaram o mesmo valor desembolsado no ano passado.
De acordo com o levantamento, os homens são maioria entre os que pretendem ou já investiram em presentes, gastando em média 211 reais, enquanto as mulheres apresentam média igual a 174 reais. Os casados estimam gastar, em média, 210 reais, e os namorados, 166 reais. A pesquisa foi realizada com 843 pessoas que declaram estar em um relacionamento, nas cinco regiões do país.
Inflação
A maioria dos consumidores pretendem gastar mais. Porém, há um componente além do tamanho do gesto de amor que pesa sobre o comércio este ano: a inflação. De acordo com a CNC, com a desvalorização cambial de 10,3% no primeiro trimestre deste ano, boa parte dos produtos mais procurados durante a data foram afetados. Dentre os 21 itens pesquisados, 14 ficaram mais caros, sendo relógios (10,3%), joias e bijuterias (17,6%) e flores (18,8%) os com a maior alta.
No entanto, alguns itens ficaram mais baratos, especialmente os relacionados ao setor de serviços. Hospedagem (7,6%), casas noturnas (1,8%) e cinema (-0,5%) recuaram. Alguns outros produtos também ficaram mais em conta, como livros (-5,8%) e artigos de maquiagem (-3,9%).