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Com leilões de logística reversa, produtos devolvidos se transformam em receita

A plataforma Superbid registrou crescimento de 20% dos leilões de logística reversa em um ano e aposta na alta de sua vertical de negócios ligados a prática ESG

Por Camila Pati Atualizado em 30 ago 2024, 09h35 - Publicado em 29 ago 2024, 17h52
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  • Nem toda venda é um sucesso, e os desafios do comércio online deixam isso claro. Produtos que não chegam ao consumidor final ou são devolvidos acabam gerando um problema que muitas empresas precisam enfrentar. Porém, o que antes era visto como um prejuízo inevitável está se transformando em uma oportunidade lucrativa. Com o crescimento dos leilões de logística reversa, especialmente no setor de varejo e logística, empresas estão encontrando maneiras inovadoras de recolocar esses produtos no mercado, atraindo consumidores com descontos de até 90%.

    Esta modalidade de leilão está em alta na Superbid Exchange, plataforma de negociação de bens de capital. Com 25 anos de existência, a empresa conhecida pelos leilões, já movimentou mais 25 bilhões de reais em vendas e vem se posicionamento também como plataforma de vendas diretas e tomada de preço. Segundo a empresa, o modelo de leilão de logística reversa vem crescendo à medida que aumentam as compras online. Em 2023, a empresa registrou um crescimento de 20% em relação ao ano anterior, refletindo a crescente demanda por soluções sustentáveis e eficientes no setor de e-commerce e na indústria. O aumento está alinhado à alta do e-commerce, que é estimada em 20% ao ano até, pelo menos, 2025.

    Os produtos leiloados são variados; qualquer tipo de item devolvido pelo consumidor ou reintegrado ao estoque por falha na entrega pode ser revendido por meio dos leilões, de lotes de cadeiras, a unidades de celular, a computadores e geladeiras. “ Recentemente, nós realizamos dois grandes projetos para vender produtos não entregues para dois operadores logísticos que prestavam serviço para e-commerce. Após todas as tentativas de entrega, o produto vai para o estoque. Na Superbid, vendemos eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos e produtos de limpeza”, diz Jacqueline Luz, diretora comercial da empresa.

    A logística reversa é uma das verticais de leilões da Superbid, e, com o apelo de ações ESG, essa forma de economia circular deve continuar crescendo. Ela também tem sido aplicada a materiais residuais de produção e equipamentos para reaproveitamento. “Por exemplo, nós vendemos transformadores que contêm cobre, que pode ser reciclado e recolocado no mercado. Trabalhamos com vários subprodutos nessa vertical de logística reversa”, afirma a diretora comercial da Superbid.

    Outra modalidade de venda que cresce com a necessidade de as empresas destinarem corretamente ativos excedentes é a tomada de preço. Essa modalidade de licitação cresceu 300% na Superbid no mesmo período, impulsionada, segundo a empresa, também pela desativação de indústrias.

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    Entre os principais clientes da Superbid nessas verticais de negócio ligadas diretamente a práticas ESG, estão empresas de grande porte como Vale, Petrobras, Mercedes-Benz e gigantes do e-commerce como Camicado, Westwing e Breton. Essas corporações se beneficiam da plataforma digital da empresa para realizar a destinação correta e sustentável de ativos, desde equipamentos industriais até produtos de consumo devolvidos. “Muitas empresas nos procuram por uma questão de compliance e governança, pois querem toda a rastreabilidade que a plataforma digital oferece”, diz Jacqueline.

    Outro ponto importante é a qualificação do comprador. “Especialmente na logística reversa e reciclagem, você não pode vender para qualquer um. A empresa tem que estar devidamente certificada, com todas as licenças ambientais em dia, e homologada pelos órgãos ambientais competentes”.

    Com o objetivo de possibilitar novos ciclos de vida para os produtos, seja através de reparos e retrofits ou pela reciclagem de materiais, a empresa tem se consolidado nesse mercado, oferecendo diversas opções para que as empresas aproveitem melhor seus ativos, inicialmente tratados como sem valor, gerando novas oportunidades de receita. É comum que a venda seja feita por lotes e pequenas e médias empresas estão entre os principais compradores.

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    A Petrobras, por exemplo, começou com vendas esporádicas em 2018 e evoluiu para criar uma área de gestão sustentável de ativos, educando funcionários sobre o valor dos produtos para vendê-los da melhor forma. “É um efeito positivo dentro das indústrias. Aquilo que as empresas viam como sem valor passa a ser entendido como de grande valor dentro da indústria”, diz Jacqueline.

     

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