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Com carne bovina mais cara, consumo de ovos deve bater recorde em 2021

Ano deve ter marcos históricas no consumo de carne suína e de frango no país; suspensão da exportação para a China deve baratear a carne bovina na gôndola

Por Luisa Purchio 21 out 2021, 08h23
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  • O encarecimento da carne bovina, fruto da pressão inflacionária mas também da alta do aumento da demanda do produto no mercado internacional, fez com que muitos brasileiros passassem a consumir proteínas mais baratas. Com isso, um estudo realizado pela Associação de Proteína Animal projeta que o consumo de ovos de galinha pela população brasileira deve bater recorde em 2021, bem como de carne de suínos e de frango.

    Em 2021, a produção de ovos deve crescer 2%, para 54,5 bilhões de unidades, enquanto o consumo per capita deve ter uma alta de 1,5%, para uma média de 255 unidades de ovos por habitante. Já a produção do aumento das vendas do produto para exportação é bem mais acentuada, de 42%, para 8.900 toneladas do produto. A tendência também é de crescimento para 2022, de 2,5% no consumo de ovos per capita e de 6,5% em toneladas para exportação.

    As vendas internas de carne de frango, por sua vez, estão com um aumento estimado para 2021 em 3,5% em milhões de toneladas, já o consumo per capita deve encerrar o ano com alta de 1,5%, para 46 kg por habitante. As exportações também devem ter um crescimento acentuado, de 7,5%, para até 4.550 milhões de toneladas até o final do ano. Já o consumo de carne suína deve encerrar o ano com um crescimento de 6% na produção e de 5% no consumo per capita, para 16,90 kg por habitante. Nas exportações, a alta estimada é de 12%, para até 1.150 milhões de toneladas.

    Além do encarecimento da carne bovina, este aumento no consumo doméstico se deve aos programas de auxílio de renda e à quarentena, que fez com que as pessoas ficassem mais tempo em casa e realizassem mais refeições.

    Exportações para a China

    As exportações de proteína bovina foram impulsionadas principalmente por um aumento na demanda da China por este produto, consequência em grande parte do isolamento social durante a Covid-19 no país, mas também de uma nova classe média que surge no país, com maior poder aquisitivo para consumir este alimento. “Na cabeça do consumidor chinês a carne bovina é positiva para a sua saúde e, se ele puder, ele escolhe a carne bovina. Além disso, a preferência é pela carne importada, uma cultura de consumo favorável ao Brasil”, diz Larissa Wachholz, especialista em relações comerciais sinobrasileiras e sócia da consultoria de investimentos Vallya.

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    Para se ter ideia, o preço da carne bovina brasileira no mercado internacional alcançou 5.800 dólares a tonelada, acima dos 5.200 dólares vendidos no mercado interno. Com isso, naturalmente os produtores deram preferência às vendas no exterior. Desde o dia 3 de setembro, porém, as exportações de carne bovina para o país asiático estão suspensas devido a dois casos identificados em bovinos brasileiros com a doença conhecida como “vaca louca”. Apesar de serem casos pontuais e isolados, os protocolos internacionais entre os dois países indicam suspensão da exportação. Neste meio tempo, dois feriados longos na China dificultaram os trâmites dos documentos para a regularização e a comercialização continua suspensa.

    “O preço da arroba do boi (15 kg do animal) para os pecuaristas no interior diminuiu de 330 reais para 250 reais. No mês passado houve recorde de exportações, mas agora caiu bastante”, diz Vlamir Brandalizze, especialista em agronegócio da Brandalizze Consulting. Em setembro, o Brasil bateu recorde mensal no volume exportado, com 187 mil toneladas de carne bovina. “Nas próximas semanas o consumidor pode ver um reflexo no preço da gôndola, com quedas de 10% a 15% nos preços”, diz ele.

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