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China diminuirá tarifas de importação da carne de porco e nióbio

Iniciativa que reduz taxas de 850 produtos é anunciada em meio ao arrefecimento da guerra comercial contra os Estados Unidos

Por da Redação
23 dez 2019, 11h52
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  • A China reduzirá as tarifas de importação de mais de 850 produtos, segundo anúncio feito pelo ministério das Finanças do país nesta segunda-feira, 23. A medida, que tem validade a partir de 1º de janeiro, ataca os problemas vividos pelo país com a escassez de alimentos básicos e insumos industriais. Entre os itens que possuem importante peso na balança comercial brasileira estão a carne suína congelada e ferronióbio. O primeiro terá redução de 12% para 8%, enquanto que o segundo baixará de 1% para zero. Enquanto a carne é um item essencial na alimentação chinesa, o segundo é determinante para o desenvolvimento de alta tecnologia, pois é usado como aditivo ao aço de baixa liga e aço inoxidável de alta resistência para oleodutos e gasodutos, carros e caminhões, de 1% para zero em 2020, visando o desenvolvimento de alta tecnologia. O Brasil é o principal produtor de nióbio no mundo.

    A iniciativa não parece estar relacionada com a guerra comercial aberta entre China e Estados Unidos, que levou os dois países a aumentar as tarifas de vários produtos, uma batalha de centenas de bilhões de dólares que afetou o crescimento mundial. Contudo, os dois países amenizaram sua guerra comercial neste mês ao anunciarem a fase 1 de um acordo que vai reduzir algumas tarifas dos EUA em troca de mais compras chinesas de produtos agrícolas norte-americanos e outros.

    Porém, o presidente americano Donald Trump retuitou nesta segunda-feira duas notícias da imprensa sobre a redução das tarifas, sem qualquer comentário adicional. A lista de produtos afetados inclui vários itens que as empresas chinesas compram nos Estados Unidos, que varia da carne de porco aos aparelhos eletrônicos.

    Analistas consideram que com esta decisão, Pequim deseja enviar sinais de uma certa abertura, depois de alcançar um acordo mínimo com Washington este mês para reduzir algumas taxas e trabalhar rumo a um pacto mais amplo.

    A Comissão de Tarifas do Conselho de Estado afirmou em um comunicado que as mudanças devem “otimizar a estrutura comercial e promoverão um desenvolvimento de alta qualidade da economia”. Além disso, serão reduzidas as tarifas de outros produtos alimentares como pescado, queijo e frutas secos, além de produtos farmacêuticos, componentes para smartphones e vários produtos químicos. Mercadorias importadas de países como Nova Zelândia, Peru, Costa Rica, Suíça, Islândia, Austrália, Coreia do Sul e Paquistão também serão submetidos a uma redução de tarifas, de acordo com o ministério.

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    Importações saltam 150%

    As importações de carne suína pela China em novembro saltaram mais de 150% na comparação anual, para 229,7 mil toneladas, o maior nível desde ao menos 2016, à medida que o país, principal consumidor global desse tipo de carne, sofre com severa falta de oferta doméstica devido a surtos de peste suína africana.

    A peste suína africana afetou substancialmente a indústria de carne de porco chinesa, que levou ao sacrifício de mais de um milhão de animais, de acordo com estatísticas oficiais, e dobrou o preço do produto.

    Os dados também apontam alta de 30% ante as 177,4 mil toneladas do mês anterior, mostraram números da Administração Geral de Alfândegas nesta segunda-feira, com atacadistas elevando seus estoques às vésperas do feriado do Festival de Primavera. As importações de carne suína ficaram em 1,73 milhão de toneladas nos primeiros 11 meses do ano, alta de 58% na comparação anual. O dado é não inclui miúdos e outras partes, agregadas em números referentes a “carnes variadas”.

    (Com Reuters)

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