A China criticou nesta quinta-feira a votação de um projeto de lei nos Estados Unidos que visa proibir a operação do TikTok no país. Segundo o texto aprovado na Câmara dos Deputados, o aplicativo de vídeos pode operar desde que corte os vínculos com a empresa matriz chinesa, a ByteDance.
O governo chinês afirmou que adotará “todas as medidas necessárias” para proteger os interesses das empresas chinesas no exterior. “Os Estados Unidos deveriam respeitar os princípios da economia de mercado e concorrência justa, (e) parar de reprimir injustamente as empresas estrangeiras” declarou He Yadong, porta-voz do Ministério do Comércio da China nesta quinta-feira.
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O porta-voz do governo Chinês, Wang Wenbin, acusou os EUA de bullying com o projeto. “Se o pretexto da segurança nacional pode ser usado para suprimir arbitrariamente empresas excelentes de outros países, não há equidade ou justiça digna de nota”.
A iniciativa ainda precisa passar pelo Senado, onde deve enfrentar mais resistência que na Câmara de Representantes, pois alguns congressistas questionam uma medida que consideram muito drástica.
A aprovação acontece pouco mais de uma semana desde que o projeto foi proposto, após uma audiência pública com pouco debate. No mês passado, a campanha de reeleição do presidente Joe Biden criou uma conta no TikTok, aumentando as esperanças entre os funcionários da empresa de que a legislação seria improvável este ano.
Em comunicado, o TikTok criticou a velocidade dada à aprovação do projeto por parte dos legisladores. “Temos esperança de que o Senado considere os fatos, ouça os seus eleitores e perceba o impacto na economia, em 7 milhões de pequenas empresas e nos 170 milhões de americanos que utilizam o nosso serviço”, disse a empresa.
Discussão antiga
A tentativa de restringir o TikTok ocorre desde 2020, ainda sob a gestão do então presidente Donald Trump. No entanto, tentativas de proibir o uso da plataforma foram bloqueadas por tribunais. Críticos do aplicativo argumentam que Pequim estaria forçando a ByteDance a compartilhar dados sobre seus usuários americanos e espalhar desinformação. Em março de 2023, o chefe da empresa chinesa, Shou Zi Chew, compareceu a um comitê legislativo dos Estados Unidos e foi interrogado por cinco horas.
O TikTok negou compartilhar os dados pessoais com o governo chinês e insistiu em que recusaria qualquer pedido do tipo, se solicitado.
“O governo está tentando privar 170 milhões de americanos de seu direito constitucional à liberdade de expressão”, disseram representantes do aplicativo em comunicado. “Isso prejudicará milhões de empresas, privará artistas de audiência e destruirá os meios de subsistência de inúmeros criadores (de conteúdo on-line) em todo o país”, completaram.
A tentativa de proibição foi recebida negativamente por grande parte dos americanos, que já realizaram diversos protestos. Apesar das manifestações, o projeto segue e, em maio, o governador de Montana, Greg Gianforte, proibiu o uso do aplicativo no estado.