A construtora Camargo Corrêa fechou um acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e o Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) para relatar caso de suposto cartel em licitações de transporte público – em especial metrô e monotrilho – em sete estados e no Distrito Federal.
O acordo prevê a colaboração de executivos e ex-executivos da companhia, e é desdobramento das investigações da Operação Lava Jato.
Segundo a companhia, as irregularidades aconteceram em pelo menos 21 processos licitatórios entre 1998 e 2014. Segundo o Cade, o cartel envolveu nove empresas. Os fatos teriam ocorrido nos estados da Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, e no Distrito Federal.
“Entre elas, seis obras teriam sido atingidas no período de 1998 a 2005: metrô de Fortaleza; metrô de Salvador; Linha 3 do metrô do Rio de Janeiro; Linha 4 – Amarela do metrô de São Paulo; e duas obras para a Linha 2 – Verde de São Paulo”, disse o Cade em comunicado.
Outro lado
Procurada por VEJA, a Camargo Corrêa disse por meio de nota que não poderia se manifestar sobre os termos do acordo, por causa de uma restrição em revelar as informações contida no processo e que “reafirma seu compromisso de manter investigações internas em bases permanentes e colaborar com as autoridades reportando quaisquer condutas ilícitas que venham eventualmente a ser descobertas.”
Em nota, o Metrô de São Paulo informa que “é o maior interessado na apuração das denúncias de formação de cartel ou de conduta irregular de agentes públicos e, assim, continua à disposição das autoridades”.