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Bolsonaro condiciona pacto federativo a apoio de governadores à reforma

Grupo com 25 representantes dos governos estaduais participou de café da manhã com o presidente e entregou carta com demandas dos estados

Por Agência Brasil Atualizado em 8 Maio 2019, 18h57 - Publicado em 8 Maio 2019, 12h44
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  • A aprovação da reforma da Previdência foi apresentada nesta quarta-feira, 8, pelo presidente Jair Bolsonaro, como condição essencial para que um novo modelo de pacto federativo saia do papel. A pauta, prioritária para governadores, que esperam uma descentralização de recursos da União para que possam reequilibrar as contas de seus estados, foi debatida em um café da manhã promovido pelo presidente do Senado, Davi Alcolubre (DEM-AP). Participaram da reunião representantes de 25 dos 27 estados do país.

    “Foi manifestada pelo presidente Bolsonaro a dificuldade orçamentária e de capacidade de investimento do país nesse momento e que uma coisa está sempre atrelada a outra. Verifica-se exatamente esse esforço pela votação da reforma da previdência que isso possa ser o primeiro passo para destravar a economia e possa ir se concretizando item a item a partir de uma nova Previdência e de um novo cenário orçamentário”, destacou o líder no PSL no Senado, Major Olímpio (SP).

    Segundo o presidente do Senado, todos os governadores, mesmo os de oposição, como os dos Nordeste, que defendem modificações, por exemplo, em pontos da proposta como aposentaria rural e capitalização, se comprometeram a trabalhar junto às suas bancadas pela aprovação da reforma.

    Os governadores entregaram uma carta com seis itens que, segundo eles, precisa avançar paralelamente à discussão da nova Previdência no Congresso.  Entre os pontos da carta está o chamado Plano Mansueto, que deve ser apresentado pela equipe econômica e trata da recuperação fiscal dos estados. Os governadores também querem mudanças na Lei Kandir, a reestruturação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), a securitização das dívidas dos estados, a renegociação da cessão onerosa do petróleo e a redistribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE), esse último por meio de uma proposta de emenda à Constituição.

    Embora reconheça a importância da reforma da Previdência e que foi aberto um canal de diálogo entre estados e o Executivo Federal, para o governador do Maranhão, Flávio Dino (PcdoB), a reforma e o pacto federativo são assuntos autônomos. “Não aceitamos uma abordagem de chantagem, uma abordagem que se transforme isso em um toma lá dá cá, porque são temas diferentes. A reforma da Previdência é um tema de longo prazo que interessa ao governo federal, claro, a estados e municípios. Nós não aceitamos a ideia de como a coisa está condicionada a outra”, afirmou Dino aos jornalistas.

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    O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) rechaçou as críticas de que esteja havendo ‘toma lá, dá cá’ por parte do governo. Leite avaliou que estancar o crescimento do déficit previdenciário é fundamental para que a União possa compartilhar os bens. “Eu não condiciono a reforma da Previdência a outras medidas, mas evidentemente temos a expectativa de que o governo federal não se aproprie de outras receitas futuras e possa compartilhar isso com outros entes da federação.”

    O gaúcho lembrou que o Rio Grande do Sul está em processo de recuperação fiscal. “Dependemos muito dessa negociação com o governo federal, mas nem por isso estamos fazendo a negociação nesses termos de que apoio a reforma desde que me aprovem um regime. Entendendo como legítima, como correta a posição do governo federal que não pode fazer um negócio de pai pra filho. Tem que tratar os estados com a correta linha que permita ao país não perder credibilidade” defendeu Eduardo Leite.

    Outro representante, Ibaneis Rocha (MDB-DF), avaliou que a grande maioria dos governadores não tem controle sobre suas bancadas e o mesmo também acontece com o próprio governo federal, dadas as discussões geradas dentro do próprio partido do presidente da República. “Vamos ter que ter exercício muito grande de conciliação, de conversa. Acho que a política agora vai se mostrar de forma bastante real, na formação dessa base parlamentar que possibilite a aprovação da reforma junto ao Congresso Nacional.”

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