Um sinal alvissareiro. A Secretaria de Receita Federal divulgou, nesta terça-feira, 20, os dados de arrecadação referentes ao mês de março. E os números surpreendem. O país encaçapou 137,9 bilhões de reais em impostos e demais receitas, um recorde para o mês desde o início da série histórica, em 2000. Em comparação com março do ano passado, quando a pandemia desembarcou em solo brasileiro, a arrecadação foi 18,4% maior, descontada a inflação. Em março de 2020, a arrecadação somou 116,4 bilhões de reais. De acordo com o Ministério da Economia, os números foram impulsionados pelo melhor desempenho de indicadores de antes do recrudescimento da pandemia e pelos bons resultados das importações — além de “recolhimentos atípicos” de 4 bilhões de reais por parte de empresas.
O resultado animou o ministro da Economia, Paulo Guedes, que comemorou os números apresentados pela Receita Federal. “Estamos observando que os índices de atividades econômica do BC vieram bem acima do esperado, mostrando recuperação em todos setores, até mesmo o comércio superando a fase pré-pandemia”, diz o ministro.
“Índices de emprego formal mostram que o Brasil se levantou. Foi derrubado pela pandemia, mas se recuperou”, afirmou ele. “O Brasil é a única economia do mundo que manteve reformas estruturantes em meio à pandemia”, disse o ministro. “O Brasil se levantou em V e se recuperou”. Apesar do ânimo, boa parte da arrecadação de março é de impostos da competência de fevereiro, ou seja, do período anterior ao endurecimento das restrições de deslocamento.
O ministro afirmou ainda que os resultados podem melhorar. Ele relembrou que, durante os primeiros meses do ano, programas fundamentais para a reconsolidação da economia brasileira, administrados no ano passado, estavam paralisados. “O país já estava num ritmo de recuperação avançado. E agora, com as novas camadas de proteção propiciadas pelo auxílio e a aprovação no Orçamento para programas bem-sucedidos no ano passado, a tendência é melhorar ainda mais”, afirmou.
Guedes se referia, também, ao acordo firmado para a consolidação do Orçamento, que liberará recursos para a reedição de programas como o BEm, programa que permite suspensão de contratos de trabalho, e do Pronampe, que libera crédito para pequenas e médias empresas.