O novo presidente da Caixa, Nelson Antônio de Souza, disse nesta segunda-feira (2) que existe um grande espaço para a expansão do crédito habitacional, uma vez que a carteira total não chega ao equivalente a 10% do produto interno bruto (PIB) brasileiro. Ele informou que a instituição tem este ano 82 bilhões de reais para financiar imóveis, o mesmo montante do ano passado. Mas, em 2017, a concessão de crédito precisou ser suplementada e chegou a 86 bilhões de reais.
“O crédito habitacional é o grande gerador de emprego e renda”, disse ele, ao destacar ser essa a prioridade da Caixa. “Tenho o dever de dar continuidade ao trabalho de Gilberto Occhi e saber que a economia, para ter um desenvolvimento contínuo, tem de gerar emprego e renda.”
Ele disse ainda que o plano é seguir com a atuação nos programas de governo e expandir o crédito “de maneira responsável”.
Nelson Souza tomou posse como presidente da Caixa em substituição a Gilberto Occhi, que assumiu o posto de ministro da Saúde. Até então, Souza era vice-presidente de habitação do banco.
O novo presidente chega com a missão de recuperar o mercado perdido pelo banco para outras instituições. Hoje, a Caixa tem 65% dos financiamentos imobiliários do país, mas os desembolsos mensais têm sido superados pelos concorrentes. Em janeiro, último dado disponível pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o Santander liderou o ranking de financiamento para a aquisição de imóveis com recursos da poupança, seguido, por Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa e Banco do Brasil.
Um dos motivos para essa perda de liderança no desembolso mensal é que a Caixa é o único banco entre os cinco principais do país – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander — a manter taxa de financiamento acima de 10%.
A instituição garante que já estuda a diminuição da taxa de juros do financiamento imobiliário com recursos da poupança. A previsão é que o anúncio das novas taxas seja feito nas próximas semanas pelo banco.
O volume de crédito destinado ao financiamento de imóveis com dinheiro da poupança caiu pela metade no último ano, na comparação com 2014, antes da crise econômica e quando esses recursos atingiram patamar recorde.