O revés imposto na Justiça pelo BTG Pactual a Americanas, pelo qual o montante de 1,2 bilhão de reais foi retido pelo banco, deve antecipar o pedido de recuperação judicial por parte da varejista. Em fato relevante divulgado na manhã desta quinta-feira, 19, a Americanas disse que “está trabalhando com a possibilidade de, nos próximos dias ou potencialmente nas próximas horas, aprovar o ajuizamento, em caráter de urgência, de pedido de recuperação judicial”, tendo em vista que a posição de caixa disponível à companhia para suas atividades alcançou o valor de 800 milhões de reais.
A ideia da empresa é tentar se proteger de novos bloqueios do tipo, visando a continuidade de suas operações. Além do BTG Pactual, o Bradesco, segundo a Americanas, reteve cerca de 450 milhões de reais do caixa da companhia, e o Goldman Sachs também moveu um recurso na Justiça contra a tutela cautelar movida pela Americanas na última semana com o intuito de suspender os pagamentos aos credores.
O grupo varejista disse, ainda, que “presta um serviço amplo à população e tem um compromisso social forte de levar produtos acessíveis aos seus 53 milhões de clientes” e que irá “recorrer da decisão, que fere seu esforço na busca por uma solução de curto prazo com os seus credores, para manter seu compromisso como geradora de milhares de empregos diretos e indiretos, amplo impacto social, fonte produtora e de estímulo à atividade econômica, além de ser uma relevante pagadora de tributos.”
O escândalo na Americanas teve seu estopim na semana passada, quando foi revelado um rombo de 20 bilhões de reais por “inconsistências contábeis”. Em um pedido de proteção na justiça, a empresa declarou mais 20 bilhões de reais em dívidas, chegando a 40 bilhões de reais.