As ações da Tesla dispararam mais de 6%, para 342 dólares, após relatos de que o governo de Donald Trump pretende priorizar a regulamentação federal de veículos autônomos. A possível flexibilização das regras beneficiaria diretamente a Tesla, que lidera o setor com sua tecnologia de direção autônoma. No entanto, o otimismo do mercado esconde uma teia de interesses cruzados entre Trump e Elon Musk, trazendo à tona questões sobre a influência política no setor privado.
A proximidade entre Musk e Trump intensificou-se durante a campanha, quando um comitê de ação política apoiado pelo bilionário teria investido 200 milhões de dólares para ajudar a eleger o republicano. Tamanho apoio foi “presenteado” com um cargo no governo: Trump nomeou Musk para liderar o novo Departamento de Eficiência Governamental, encarregado de cortar gastos e desmantelar a burocracia estatal. Para o CEO da Tesla, a nomeação é tanto uma vitória pessoal quanto uma oportunidade de moldar políticas públicas que podem favorecer seus negócios.
Essa aliança, no entanto, levanta preocupações. Ao beneficiar-se de uma eventual desregulamentação dos veículos autônomos, Musk poderia usar sua posição para pressionar por regras que favoreçam seus interesses. Críticos apontam que, em vez de melhorar a eficiência governamental, a nomeação de Musk pode abrir espaço para que o setor privado exerça influência desmedida sobre decisões cruciais.
A proposta de Trump de facilitar a regulação de carros autônomos também levanta questões sobre segurança e o impacto econômico da automação. A Tesla já enfrentou críticas por falhas de segurança em seu sistema Autopilot, e a aceleração das permissões regulatórias pode colocar veículos autônomos nas ruas antes de estarem prontos.