Os papéis da JBS dispararam na bolsa nesta quinta-feira, fechando o dia com alta de 22,54%, em meio a rumores de venda de empresas da J&F, seu grupo controlador. Foi a ação que mais se valorizou no dia. O Ibovespa ficou praticamente estável, com queda de 0,05%, a 63.226 pontos. A valorização surge após notícias de que o banco Bradesco BBI havia sido contratado pela J&F para vender suas empresas Alpargatas, Vigor e Eldorado.
As ações preferenciais da Alpargatas, que fabrica calçados, também tiveram alta, de 4,04%. Já a empresa de laticínios Vigor e a companhia de celulose Eldorado não têm ações negociadas na bolsa.
Procurado pela reportagem de VEJA, o banco negou que tenha fechado negócio com a empresa. Em nota, a A J&F informa “que não é verdadeiro o relato de que contratou o Bradesco BBI ou qualquer outro banco para a venda de ativos”.
A valorização dos papéis da empresa pode ser apenas um ajuste de preço. As ações da JBS acumulavam queda de 42,5% entre o dia 11 de maio e a manhã desta quinta-feira. A empresa negocia um acordo de leniência com a Procuradoria-Geral da República, que busca obter o pagamento de 11 bilhões de reais em 10 anos.
Nas duas últimas semanas, a JBS foi alvo de uma operação da Polícia Federal (Bullish) que apura se houve favorecimento ilegal a ela por parte do BNDES e também a revelação de que um dos sócios da J&F, Joesley Batista, havia fechado acordo de delação premiada. A notícia de que o empresário havia gravado o presidente da república, Michel Temer, dando aval à compra do silêncio do ex-deputado preso Eduardo Cunha (PMDB-RJ) fez os mercados desabarem no dia 19.